Observando os diferentes resultados apresentados por empresas e organizações, Dave Logan, John King e Halee Fischer-Wright, autores de “TRIBAL LEADERSHIP” (2008), levantaram as seguintes questões: Por que os grandes líderes falham em ambientes novos? Por que grandes estratégias têm mais chance de fracasso que sucesso? O que têm em comum as empresas que lideram a lista de “AS MELHORES EMPRESAS ONDE SE TRABALHAR”?
Os autores descobriram que as empresas com melhores resultados e onde as pessoas mais gostam de trabalhar possuem uma cultura forte. As empresas com desempenho medíocre possuem culturas medíocres. O trabalho que eles desenvolveram foi uma engenharia reversa para entender como as empresas e organizações bem sucedidas desenvolveram essa cultura.
Entrevistando mais de 24.000 pessoas em duas dezenas de organizações, os autores Logan, King e Fischer-Wright encontraram a resposta no fenômeno das tribos.
Toda organização é composta por uma associação de pequenas comunidades, denominadas tribos por Robert Dunbar. Segundo ele, o homem é um ser tribal e as tribos se formam naturalmente desde o aparecimento do homem na terra.
Tribos fazem as coisas acontecer. Tribos não surgem por causa do trabalho, mas por afinidades. Tribos decidem a qualidade do que será feito. O que diferencia o desempenho das tribos? A cultura da tribo.
Os autores classificam 5 níveis de tribos:
TRIBOS NÍVEL 1 – Nesses grupos, a frase que melhor define o espírito das pessoas é “A vida é uma droga”. 2% das pessoas estão nesse estágio. Essas tribos podem ser encontradas nas gangues e presídios. Seus componentes pensam que a vida é ruim e que nada pode ser feito para melhorá-la. A única preocupação é com a sobrevivência, custe o que custar. São pessoas que matam se for necessário, ou mesmo sem necessidade. Não existe respeito pelos outros.
TRIBOS NÍVEL 2 – 25% das organizações estão nesse nível. A frase que caracteriza as pessoas que se encontram nesse nível é “Minha vida é uma droga, mas eu sei que a de outros não é, e não tem nada que eu possa fazer para mudar isso”. Essas pessoas podem ser encontradas se arrastando nos piores departamentos do serviço público. Fazem o mínimo e tem má vontadeem tudo. Passam o dia esperando o fim do expediente e passam os dias esperando o fim de semana. Estão sempre falando em mudar de emprego e dizem que não adianta fazer um trabalho melhor porque isso não mudará nada. Nada parece motivar pessoas nesse nível.
TRIBOS NÍVEL 3 – 49% das organizações estão aí. Nesse estágio, são encontradas pessoas que podem ser caracterizadas pela frase “Eu sou o bom e outros são medíocres!”. As pessoas são competitivas e solitárias. O sucesso é medido em vitórias pessoais. As pessoas foram treinadas para competir, são competentes, mas inseguras. Estão sempre com medo que alguém mais competente ofusque seu sucesso. As pessoas que se encontram nesse nível são arrogantes, pisam nos outros e escondem informações. Vencer é só o que interessa. Essas pessoas trabalham muito e dizem que os outros trabalham pouco. É a lei do velho oeste, em que só os fortes sobrevivem. Apesar de competentes, não entendem porque seu sucesso e o da sua empresa são limitados. Por mais que trabalhem, os resultados nunca alcançam o nível sonhado. Esse ambiente pode ser encontrado nas universidades, entre mestres e doutores, cada qual afirmando que sua área de especialidade é a mais importante. Essas pessoas ainda não entenderam que a falta do espírito de equipe é o que as impede de irem adiante.
TRIBOS NÍVEL 4 – A diferença do nível 3 para o 4 é gigantesca. 22% das organizações estão nesse nível. Muitas das empresas na lista dos melhores lugares onde se trabalhar estão nesse nível. As pessoas podem ser caracterizadas por “Nós somos bons no que fazemos (os concorrente nem tanto)!”. A grande diferença é o espírito de grupo. As pessoas têm orgulho da empresa. Existe um propósito comum. Todos se apóiam. Existe competição com outras empresas. O time é mais importante que os indivíduos. As relações interpessoais são construídas em torno de valores comuns às pessoas. O foco é “nós” e não “eu”.
TRIBOS NÍVEL 5 – 2% das organizações estão nesse nível. A frase característica é “A vida é ótima!”. As pessoas são tranquilas, não existe estresse. Todos pensam em contribuir para um mundo melhor. Não existe medo da concorrência. Os concorrentes são colegas e se ajudam. As pessoas são transparentes a agem como se estivessem sendo observadas, não existe nada a esconder. Empresas no nível 5 são as melhores onde se trabalhar. O trabalho não é sacrifício, mas prazer. Os resultados operacionais são os mais altos do mercado.
Empresas que possuem culturas fortes e estão nos níveis 4 e 5 são fáceis de administrar, pois as pessoas que ali trabalham não precisam ser fiscalizadas. Todos são felizes no que fazem e o resultado é a satisfação de toda a cadeia: fornecedor – colaborador – cliente. Todos se sentem incluídos, conectados entre si por valores que são importantes para todos. Os ideais são compartilhados. Pessoas que não combinam com os valores do grupo não se sentem bem e não permanecem. Existe uma seleção natural e espontânea. Quando a cultura é forte, o resto anda sozinho.
Eduardo Grachten
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