Fonte (Automazione Industriale n.268 – Dicembre 2018) – Tradução e Adaptação: Eduardo Grachten

Empresas italianas estão usufruindo das vantagens decorrentes da integração de conhecimentos que antigamente eram distantes e hoje são combinados pela mecatrônica

Autor – Massimiliano Cassinelli

Sobre o significado do termo mecatrônica já se discute há algum tempo, até porque a origem dessa disciplina remonta a 1971, quando o termo foi cunhado por Tetsuro Mori. Por outro lado, a real integração entre especializações tão diferentes é bem mais recente, pois as empresas demoraram a compreender a necessidade da cooperação entre os diversos especialistas.

Giuseppe Zampolli, gerente de produto e automação na Panasonic Electric Works da Itália

Giuseppe Zampolli, gerente de produto e automação na Panasonic Electric Works da Itália,

está convencido de que atualmente já estão claras para as empresas italianas as vantagens competitivas proporcionadas pela mecatrônica. “Os dados obtidos sobre a associação dos diversos departamentos demonstram: Os usuários finais nos processos produtivos já iniciaram ou estão por iniciar investimentos para uma melhor utilização das vantagens proporcionadas pela mecatrônica com o objetivo de otimizar a produtividade, a personalização do produto e a oferta de novos serviços aos clientes”.

Esta opinião é compartilhada também por Massimo Addiamando, técnico da Industry Automation da Telmotor, especializado em mecatrônica que ressalta, contudo, que as empresas italianas se diferenciam “de acordo com o preparo, a disponibilidade e predisposição à mudança dos colaboradores”.

Existe também o receio da ameaça ao mercado de trabalho pela adoção das novas tecnologias, corroborado por estudo recente divulgado pela PWC (Price Waterhouse Coopers) realizado sobre 200 mil postos de trabalho em 29 países. O documento estima que a nova fase de automatização, prevista para os primeiros anos da próxima década, afetará 3% dos postos de trabalho. Contudo, os efeitos mais devastadores serão percebidos com aquelas que estão definidas como a segunda e terceira ondas de automatização que, se não forem realizadas de forma planejada, consumirão até 30% dos postos de trabalho até 2030.

Não podemos, contudo, negar o fato, como ressalta Riccardo Guaglio, líder da equipe comercial de engenharia na Rockwell Automation, que nos últimos anos é crescente a demanda do mercado pelo aumento da produtividade, sem com isso aumentar os custos de produção, que devem ser mantidos constantes ou mesmo diminuírem. “O desafio dos fabricantes é o de encontrar novas soluções e de ampliar os limites clássicos do planejamento, sem, contudo, correr-se o risco de investir em maquinário que não resulte em benefícios. Melhorar o desempenho geral implica, por vezes, em investimentos pesados que nem sempre se mostram eficientes para corrigir os pontos fracos do processo produtivo. Os fabricantes estão percebendo que as técnicas da mecatrônica podem reduzir os riscos projetados e, assim, facilitar a introdução de inovações que farão a diferença no mercado. “Estamos no início de um processo complexo que demandará de tempo para ser completamente implantado.”

Esse é um processo lento que, por outro lado, parece que está se desenhando faz tempo, sobretudo considerando o fato de que a indústria italiana já vem, mesmo que moderadamente, se adequando a um novo modo de planejar o maquinário e o processo produtivo. Esse é um caminho que está sendo antecipado pelo advento da indústria 4.0, uma nova modalidade produtiva que parece ter reforçado a importância da tecnologia de informação na indústria.

Sabina Cristini, diretora na General Motion Control da Siemens na Itália

Essa mudança de visão é influenciada por diversos fatores, como explica Sabina Cristini,

diretora na General Motion Control da Siemens na Itália. “A adoção de uma abordagem mecatrônica por parte das empresas de hoje é favorecida por tecnologias de ponta e de grande aplicabilidade. As soluções flexíveis de software com desempenho e integração crescentes são uma realidade ao alcance dos projetistas para a simulação de ampliações do processo produtivo. Os clientes conseguem estimar com precisão o investimento para implantar a automatização graças às ferramentas de simulação que permitem digitalizar e projetar a ampliação do chão de fábrica.

A MUDANÇA 4.0

O paradigma da Industria 4.0, assim como os incentivos fiscais do Plano Indústria 4.0, representam uma mudança disruptiva. Nicola Peli, gerente de produto na Industry Business da Schneider Electric afirma que a mecatrônica não é uma novidade. “Faz anos que promovemos as práticas mecatrônicas. A plataforma e arquitetura EcoStruxure que propomos hoje é uma resposta a evolução da Industria 4.0 em todo o mundo. Essa tecnologia oferece aos fabricantes a oportunidade de desenvolver soluções mecatrônicas avançadas, integrando três níveis: produtos conectados, automação e controle e análise de dados. Dentro do paradigma da Indústria 4.0, a mecatrônica encontra um campo para desenvolver todo o seu potencial: hoje é possível implementar soluções mecânicas, eletrônicas e de software que multiplicam as aplicações do maquinário”.

Riccardo Guaglio, líder da equipe comercial de engenharia na Rockwell Automation

Um conceito reiterado por Guaglio da Rockwell Automation: “Uma das bases da Quarta Revolução Industrial é a necessidade de alcançar uma produção sustentável que atenda a evolução de um mercado global. A estrada a ser percorrida exige o emprego de sistemas inteligentes e conectados entre si. É necessário coletar e analisar as informações para identificar as áreas onde o benefício da intervenção será maximizado para melhorar a prestação de serviços e a redução de custos. As máquinas desenvolvidas com as técnicas mecatrônicas fornecem informações em tempo real utilizadas para aumentar a produtividade continuamente. O projeto segundo as técnicas da mecatrônica antecipa boa parte dos preceitos cobertos pela Indústria 4.0 e faz parte do núcleo de conceitos dessa revolução industrial, colaborando e amplificando os efeitos dessa mudança”.

Com relação a Revolução Industrial, segundo Addimando da Telmotor, “após uma fase inicial um tanto confusa devida à aplicação de desonerações fiscais, os construtores de máquinas mais atentos estão constantemente propondo novas soluções, mesmo aos clientes menos informados sobre os potenciais benefícios da Indústria 4.0”.

Conforme informaram os entrevistados, levar a mecatrônica para dentro de uma indústria demanda uma série de mudanças radicais.

MAIS CAPACITAÇÃO NA EMPRESA

Reitera Cristi da Siemens: “As exigências dos clientes desafiam as empresas a buscar ampliar a flexibilidade, a conectividade, os serviços e a confiabilidade. Alcançar essas melhorias, contudo, não significa apenas introduzir novas tecnologias ao processo produtivo. Internamente, as empresas precisam investir também na capacitação dos colaboradores em habilidades multidisciplinares segundo os conceitos 4.0. Já que a modernização das máquinas evolui rapidamente e as atualizações tecnológicas são constantes. Além da introdução de novos recursos, a capacitação contínua é uma necessidade”.

Não basta, contudo, uma mudança limitada aos colaboradores internos, devemos observar com atenção redobrada os parceiros de negócios. “Pode parecer óbvio”, lembra Zampolli da Panasonic Electric Works Itália, “mas as empresas deveriam buscar profissionais e parceiros que tenham uma visão ampliada da mecatrônica, não limitada à mecânica ou a informática. A visão mecatrônica ideal deve contemplar uma preocupação equilibrada entre mecânica, eletrônica e teoria da informação que garanta o sucesso da solução”.

A capacidade de dosar o correto equilíbrio entre as diversas disciplinas é reforçada também por Guaglio da Rockwell Automation. “A abordagem mecatrônica prevê que o planejamento mecânico, elétrico e informático aconteça simultaneamente e com sinergia. Os softwares de projeto disponíveis atualmente no mercado possibilitam unir e inter-relacionar áreas anteriormente separadas, até a concretização do protótipo. A troca transparente de informações entre as ferramentas envolvidas é um aspecto, outro aspecto é o intercâmbio de informações entre as equipes envolvidas no projeto. A colaboração entre as diversas técnicas surge naturalmente. Avaliar o impacto de uma decisão de forma colaborativa apresenta vantagens evidentes. Investir no compartilhamento do R&D que governa as fases de projeto é seguramente o primeiro passo que uma empresa deve dar para melhor usufruir as vantagens de mecatrônica”.

ONDE ENCONTRAR OS ESPECIALISTAS?

O depoimento de Guaglio aponta para um dos temas abordados pela mecatrônica: como encontrar no mercado os profissionais com perfil adequado? Muitas empresas lamentam a dificuldade na busca de competências.  Uma dificuldade que, de acordo com Addimando da Telmotor, é superável. “No mercado se pode encontrar projetistas sênior que desenvolveram habilidades para a inovação, assim como jovens recém-formados nos cursos ligados à programação gráfica e de aplicativos que podem colaborar no desenvolvimento das novas tecnologias ligadas à Indústria 4.0”. A busca não é fácil segundo Zampolli da Panasonic Electric Works Itália. “Atualmente verificamos que existe uma necessidade por parte das empresas de recursos humanos especializados no tema da mecatrônica”.

Esta carência é confirmada também por Alessandro Redavide, gerente de marketing e comunicação da Yaskawa Itália, que sugere uma alternativa possível para este problema. “Atualmente se verifica uma carência de profissionalismo no mercado. É, portanto, necessário promover o contato direto das empresas com os estudantes por meio de cursos estruturados e visitas em fábricas, de forma a enriquecer a formação teórica com a experiência amadurecida no campo da responsabilidade empresarial. Adicionalmente, é fundamental que os profissionais continuem a formação na empresa, de forma a adquirirem as capacidades exigidas pelo mercado”.

COMO NASCEM OS TÉCNICOS DO FUTURO

A carência de profissionais especializados representa uma dificuldade para as empresas, mas também é uma oportunidade para os jovens que desejam investir em seu futuro. De fato, como confirma Zampolli da Panasonic Electric Works Itália, “o crescimento de inscrições na escola ITS, na especialidade mecatrônica, mostra decididamente um sinal positivo de resposta às necessidades das indústrias do setor. Todavia, permanece importante também o complemento da formação em nível universitário”.

Além do diploma, para ter sucesso, contribui muito, a vontade e a predisposição ao desafio constante, sobretudo em um setor particularmente dinâmico como é o setor das novas tecnologias de produção. A receita de Addimando da Telmotor é clara, ainda que não facilmente alcançável. “É necessário obter um diploma ou certificado em mecânica dedicado às novas tecnologias contemplando conhecimentos em programação de CLPs e de controle de movimentação. Mas também é necessária uma boa dose de vontade de experimentar novidades”.

Alessandro Redavide, gerente de marketing e comunicação da Yaskawa Itália

Uma oportunidade de experimentar foi apresentada por Massimo Porta, gerente geral da Omron Electronics, durante a inauguração do Laboratório de Inovação da Omron de Milão, um espaço no qual é possível testar as tecnologias mais futurística de automação. “Realizamos aquilo que era um sonho: um laboratório de inovação que satisfaz as exigências dos clientes”. A estrutura foi idealizada com o objetivo, declarado, de incrementar o suporte e a assistência local que a Omron fornece aos seus clientes na Itália.

De resto, como explicou Porta, no mundo manufatureiro se está experimentando uma crescente utilização da tecnologia de automação. “O Plano Indústria 4.0 levou as empresas a observar com maior atenção a utilização das informações fornecidas para a implantação. Constatamos com satisfação que boa parte dos empreendedores italianos buscam vantagens competitivas pelo emprego das novas tecnologias, e não apenas benefícios fiscais. A uma exigência como essa, uma empresa como a Omron não poderia responder simplesmente com um catálogo de produtos e serviços, precisávamos de um ambiente no qual pudéssemos demonstrar nossa capacidade. Nossa empresa não se preocupa apenas com o imediato, mas deseja realizar projetos de sucesso nas próximas décadas e atrair talentos das universidades. Tudo isso só pode acontecer se colocarmos a disposição dos técnicos e clientes um ambiente com a tecnologia pronta para o futuro”.

Universidade e empresas devem, portanto, incrementar a colaboração, ambas apresentando suas peculiaridades, como confirma Redavide da Yaskawa. “O caminho da formação a ser seguido compreende os cursos verticais sobre as atividades que o técnico deverá desempenhar. Para quem opera com robôs, em particular, a Yaskawa propõe cursos específicos, centrados sobre temas como programação, tecnologia de comando e controle, manutenção e de softwares dedicados a robótica. Se trata de cursos ministrados na sede de Torino ou dentro das empresas clientes para melhor atender às suas necessidades. Além desses, fornecemos também treinamentos personalizados”.

A MECATRÔNICA SE TORNA MAIS FÁCIL

A formação e seleção de profissionais não são atividades que acontecem rapidamente. Assim, enquanto universidades e empresas buscam se organizar para contornar a carência de pessoal técnico especializado, o mundo manufatureiro não pode esperar. Até porque, em outros países, estes investimentos foram já iniciados e o mercado, como se diz, não espera.

Uma solução temporária para a carência de técnicos pode ser pela disponibilização

Nicola Peli, gerente de produto na Industry Business da Schneider Electric

de softwares cada dia mais fáceis e poderosos, sobretudo para simulações. Esses produtos contribuem decididamente para a aceleração das atividades dos especialistas, mas, ao mesmo tempo, podem também ser utilizados com sucesso por técnicos de diferentes competências, com resultados positivos em ambientes diversos. Como confirma Peli da Schneider Electric, “a abordagem mecatrônica no desenvolvimento de maquinário permite uma maior dedicação à fase de projeto. O tempo de engenharia empregado na instalação e posta em marcha deve ser sempre minimizado para garantir a competitividade no mercado. A disponibilidade de ferramentas de simulação mais simples e acessíveis significa poder utilizar também em máquinas automáticas que operam independentes ou até em componentes discretos: isso reduz o esforço de projeto, reduzindo os tempos de projeto de uma aplicação. Para a Schneider Electric, por outro lado, facilidade não significa “generalidade”: podemos oferecer diversas topologias de simulação, específicas para os utilizadores individuais”.

Sobre esse aspecto concorda também Cristini da Siemens. “Atualmente, as empresas desejam e podem acelerar a inovação por meio da utilização de ferramentas de simulação para dimensionar e estimar as diversas alternativas de projeto, desenvolvimento de protótipos e para explorar novas possibilidades e formatos de produtos. Quanto mais as plataformas garantirem ambientes de desenvolvimento multidisciplinares, e ao mesmo tempo integrados e bem conduzidos, maiores são os benefícios: o projeto baseado nas simulações dos fluxos de trabalho promove a colaboração, a exemplo dos analistas e projetistas. O tempo dedicado à preparação da simulação em si será drasticamente reduzido, assim como o custo de coleta e transferência de dados. Em suma, adotando sempre plataformas mais integradas de projeto, é possível transformar processos e ferramentas separadas em uma solução de projeto integrada, facilitando o processo de decisão dos times envolvidos”. Em particular, essas vantagens são evidentes no âmbito da robótica, como reforça Redavide da Yaskawa. “A simulação virtual de sistemas e processos baseados em robôs oferece vantagens cruciais não apenas no planejamento, mas também na implantação e funcionamento dos sistemas em si. Os erros dispendiosos podem agora ser eliminados de forma confiável. Os tempos de setup local dispendidos pelos operadores especializados sofrem sensíveis reduções de forma a otimizar os recursos de forma mais eficiente. São necessários softwares que satisfaçam tanto os parâmetros técnicos da robótica quanto as especificações do ambiente dos sistemas. Os programas de simulação permitem a configuração virtual e a inspeção dos processos de produção em um ambiente 3D dinâmico”.

OS HACKERS NÃO DEVEM SER TEMIDOS

Falado de tecnologia da informação não se pode, obviamente, negligenciar um dos aspectos mais delicados e inquietantes deste ambiente: a segurança digital. No futuro próximo, no ambiente industrial, será fundamental saber se defender dos ataques dos hackers que estão sempre buscando formas de extorquir valores dos menos precavidos. É conhecida a interceptação recente da polícia especializada em crimes financeiros, de uma mensagem de um mafioso de Bari que afirmava: “Busco os novos adeptos dentro das melhores universidades e você vai ainda pesquisar quatro desavisados pelo caminho que farão assim: bam bam! Eu busco aqueles que clicam e movimentam”. Essa linguagem codificada demonstra uma tendência que não pode ser subestimada. Addimando da Telmotor recorda que “mesmo que as temáticas de segurança não sejam diretamente ligadas a mecatrônica, a mecatrônica interliga a automação industrial, o controle de movimentação e a coleta de dados. A Indústria 4.0 transporta todos esses dados e ainda dados estatísticos de produção e dados de funcionamento e diagnóstico utilizando a internet. A conexão com a internet é o ponto fraco que deve ser vigiado. Também por isso a mecatrônica é menos vulnerável que digitalização”. Sobre esse aspecto também Peli da Schneider Electric acredita que seja necessária uma maior clareza. “A conectividade dos produtos, a acessibilidade remota, o compartilhamento de dados e o IoT introduzem o tema da segurança cibernética. Hoje existe muita confusão ser revisada. A Schneider Electric oferece um conjunto de soluções com a EcoStruxure para proteger os dados e as conexões por meio de hardwares e softwares de maneira que se possa maximizar as vantagens da interconectividade dos dispositivos (conectividade, diagnóstico remoto, monitoração, assistência e manutenção) mantendo a proteção dos dados. Se enfrentarmos a evolução tecnológica com a necessária consciência, a segurança não será um obstáculo: existem soluções tecnológicas adequadas, a exemplo de nossa oferta com EcoStruxure Machine Advisor, fornecemos aos fabricantes a possibilidade de rastrear e controlar o parque instalado de máquinas, monitorá-lo, intervir remotamente (Track, Monitor, Fix) unindo de forma eficiente o IoT e a segurança cibernética».

Devemos então encarar o tema da segurança com uma consciência crescente, mas também com a convicção de que as soluções existem, como reforça Zampolli da Panasonic Electric Works Itália. “Não definiria o tema da segurança com a expressão “obstáculo”. Se trata de um tema que evolui junto com a digitalização: o acesso as vantagens oferecidas pelas novas tecnologias apontam para considerações mais amplas, também com respeito a proteção da informática, antigamente menos necessária. Esse aumento da conscientização pode ser o início de novas oportunidades de negócios e processos dentro das empresas que trilharem o caminho da mecatrônica”.

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Fonte (Automazione Industriale n.268 – Dicembre 2018) – Tradução e Adaptação: Eduardo Grachten

Empresas italianas estão usufruindo das vantagens decorrentes da integração de conhecimentos que antigamente eram distantes e hoje são combinados pela mecatrônica

Autor – Massimiliano Cassinelli

Sobre o significado do termo mecatrônica já se discute há algum tempo, até porque a origem dessa disciplina remonta a 1971, quando o termo foi cunhado por Tetsuro Mori. Por outro lado, a real integração entre especializações tão diferentes é bem mais recente, pois as empresas demoraram a compreender a necessidade da cooperação entre os diversos especialistas.

Giuseppe Zampolli, gerente de produto e automação na Panasonic Electric Works da Itália

Giuseppe Zampolli, gerente de produto e automação na Panasonic Electric Works da Itália,

está convencido de que atualmente já estão claras para as empresas italianas as vantagens competitivas proporcionadas pela mecatrônica. “Os dados obtidos sobre a associação dos diversos departamentos demonstram: Os usuários finais nos processos produtivos já iniciaram ou estão por iniciar investimentos para uma melhor utilização das vantagens proporcionadas pela mecatrônica com o objetivo de otimizar a produtividade, a personalização do produto e a oferta de novos serviços aos clientes”.

Esta opinião é compartilhada também por Massimo Addiamando, técnico da Industry Automation da Telmotor, especializado em mecatrônica que ressalta, contudo, que as empresas italianas se diferenciam “de acordo com o preparo, a disponibilidade e predisposição à mudança dos colaboradores”.

Existe também o receio da ameaça ao mercado de trabalho pela adoção das novas tecnologias, corroborado por estudo recente divulgado pela PWC (Price Waterhouse Coopers) realizado sobre 200 mil postos de trabalho em 29 países. O documento estima que a nova fase de automatização, prevista para os primeiros anos da próxima década, afetará 3% dos postos de trabalho. Contudo, os efeitos mais devastadores serão percebidos com aquelas que estão definidas como a segunda e terceira ondas de automatização que, se não forem realizadas de forma planejada, consumirão até 30% dos postos de trabalho até 2030.

Não podemos, contudo, negar o fato, como ressalta Riccardo Guaglio, líder da equipe comercial de engenharia na Rockwell Automation, que nos últimos anos é crescente a demanda do mercado pelo aumento da produtividade, sem com isso aumentar os custos de produção, que devem ser mantidos constantes ou mesmo diminuírem. “O desafio dos fabricantes é o de encontrar novas soluções e de ampliar os limites clássicos do planejamento, sem, contudo, correr-se o risco de investir em maquinário que não resulte em benefícios. Melhorar o desempenho geral implica, por vezes, em investimentos pesados que nem sempre se mostram eficientes para corrigir os pontos fracos do processo produtivo. Os fabricantes estão percebendo que as técnicas da mecatrônica podem reduzir os riscos projetados e, assim, facilitar a introdução de inovações que farão a diferença no mercado. “Estamos no início de um processo complexo que demandará de tempo para ser completamente implantado.”

Esse é um processo lento que, por outro lado, parece que está se desenhando faz tempo, sobretudo considerando o fato de que a indústria italiana já vem, mesmo que moderadamente, se adequando a um novo modo de planejar o maquinário e o processo produtivo. Esse é um caminho que está sendo antecipado pelo advento da indústria 4.0, uma nova modalidade produtiva que parece ter reforçado a importância da tecnologia de informação na indústria.

Sabina Cristini, diretora na General Motion Control da Siemens na Itália

Essa mudança de visão é influenciada por diversos fatores, como explica Sabina Cristini,

diretora na General Motion Control da Siemens na Itália. “A adoção de uma abordagem mecatrônica por parte das empresas de hoje é favorecida por tecnologias de ponta e de grande aplicabilidade. As soluções flexíveis de software com desempenho e integração crescentes são uma realidade ao alcance dos projetistas para a simulação de ampliações do processo produtivo. Os clientes conseguem estimar com precisão o investimento para implantar a automatização graças às ferramentas de simulação que permitem digitalizar e projetar a ampliação do chão de fábrica.

A MUDANÇA 4.0

O paradigma da Industria 4.0, assim como os incentivos fiscais do Plano Indústria 4.0, representam uma mudança disruptiva. Nicola Peli, gerente de produto na Industry Business da Schneider Electric afirma que a mecatrônica não é uma novidade. “Faz anos que promovemos as práticas mecatrônicas. A plataforma e arquitetura EcoStruxure que propomos hoje é uma resposta a evolução da Industria 4.0 em todo o mundo. Essa tecnologia oferece aos fabricantes a oportunidade de desenvolver soluções mecatrônicas avançadas, integrando três níveis: produtos conectados, automação e controle e análise de dados. Dentro do paradigma da Indústria 4.0, a mecatrônica encontra um campo para desenvolver todo o seu potencial: hoje é possível implementar soluções mecânicas, eletrônicas e de software que multiplicam as aplicações do maquinário”.

Riccardo Guaglio, líder da equipe comercial de engenharia na Rockwell Automation

Um conceito reiterado por Guaglio da Rockwell Automation: “Uma das bases da Quarta Revolução Industrial é a necessidade de alcançar uma produção sustentável que atenda a evolução de um mercado global. A estrada a ser percorrida exige o emprego de sistemas inteligentes e conectados entre si. É necessário coletar e analisar as informações para identificar as áreas onde o benefício da intervenção será maximizado para melhorar a prestação de serviços e a redução de custos. As máquinas desenvolvidas com as técnicas mecatrônicas fornecem informações em tempo real utilizadas para aumentar a produtividade continuamente. O projeto segundo as técnicas da mecatrônica antecipa boa parte dos preceitos cobertos pela Indústria 4.0 e faz parte do núcleo de conceitos dessa revolução industrial, colaborando e amplificando os efeitos dessa mudança”.

Com relação a Revolução Industrial, segundo Addimando da Telmotor, “após uma fase inicial um tanto confusa devida à aplicação de desonerações fiscais, os construtores de máquinas mais atentos estão constantemente propondo novas soluções, mesmo aos clientes menos informados sobre os potenciais benefícios da Indústria 4.0”.

Conforme informaram os entrevistados, levar a mecatrônica para dentro de uma indústria demanda uma série de mudanças radicais.

MAIS CAPACITAÇÃO NA EMPRESA

Reitera Cristi da Siemens: “As exigências dos clientes desafiam as empresas a buscar ampliar a flexibilidade, a conectividade, os serviços e a confiabilidade. Alcançar essas melhorias, contudo, não significa apenas introduzir novas tecnologias ao processo produtivo. Internamente, as empresas precisam investir também na capacitação dos colaboradores em habilidades multidisciplinares segundo os conceitos 4.0. Já que a modernização das máquinas evolui rapidamente e as atualizações tecnológicas são constantes. Além da introdução de novos recursos, a capacitação contínua é uma necessidade”.

Não basta, contudo, uma mudança limitada aos colaboradores internos, devemos observar com atenção redobrada os parceiros de negócios. “Pode parecer óbvio”, lembra Zampolli da Panasonic Electric Works Itália, “mas as empresas deveriam buscar profissionais e parceiros que tenham uma visão ampliada da mecatrônica, não limitada à mecânica ou a informática. A visão mecatrônica ideal deve contemplar uma preocupação equilibrada entre mecânica, eletrônica e teoria da informação que garanta o sucesso da solução”.

A capacidade de dosar o correto equilíbrio entre as diversas disciplinas é reforçada também por Guaglio da Rockwell Automation. “A abordagem mecatrônica prevê que o planejamento mecânico, elétrico e informático aconteça simultaneamente e com sinergia. Os softwares de projeto disponíveis atualmente no mercado possibilitam unir e inter-relacionar áreas anteriormente separadas, até a concretização do protótipo. A troca transparente de informações entre as ferramentas envolvidas é um aspecto, outro aspecto é o intercâmbio de informações entre as equipes envolvidas no projeto. A colaboração entre as diversas técnicas surge naturalmente. Avaliar o impacto de uma decisão de forma colaborativa apresenta vantagens evidentes. Investir no compartilhamento do R&D que governa as fases de projeto é seguramente o primeiro passo que uma empresa deve dar para melhor usufruir as vantagens de mecatrônica”.

ONDE ENCONTRAR OS ESPECIALISTAS?

O depoimento de Guaglio aponta para um dos temas abordados pela mecatrônica: como encontrar no mercado os profissionais com perfil adequado? Muitas empresas lamentam a dificuldade na busca de competências.  Uma dificuldade que, de acordo com Addimando da Telmotor, é superável. “No mercado se pode encontrar projetistas sênior que desenvolveram habilidades para a inovação, assim como jovens recém-formados nos cursos ligados à programação gráfica e de aplicativos que podem colaborar no desenvolvimento das novas tecnologias ligadas à Indústria 4.0”. A busca não é fácil segundo Zampolli da Panasonic Electric Works Itália. “Atualmente verificamos que existe uma necessidade por parte das empresas de recursos humanos especializados no tema da mecatrônica”.

Esta carência é confirmada também por Alessandro Redavide, gerente de marketing e comunicação da Yaskawa Itália, que sugere uma alternativa possível para este problema. “Atualmente se verifica uma carência de profissionalismo no mercado. É, portanto, necessário promover o contato direto das empresas com os estudantes por meio de cursos estruturados e visitas em fábricas, de forma a enriquecer a formação teórica com a experiência amadurecida no campo da responsabilidade empresarial. Adicionalmente, é fundamental que os profissionais continuem a formação na empresa, de forma a adquirirem as capacidades exigidas pelo mercado”.

COMO NASCEM OS TÉCNICOS DO FUTURO

A carência de profissionais especializados representa uma dificuldade para as empresas, mas também é uma oportunidade para os jovens que desejam investir em seu futuro. De fato, como confirma Zampolli da Panasonic Electric Works Itália, “o crescimento de inscrições na escola ITS, na especialidade mecatrônica, mostra decididamente um sinal positivo de resposta às necessidades das indústrias do setor. Todavia, permanece importante também o complemento da formação em nível universitário”.

Além do diploma, para ter sucesso, contribui muito, a vontade e a predisposição ao desafio constante, sobretudo em um setor particularmente dinâmico como é o setor das novas tecnologias de produção. A receita de Addimando da Telmotor é clara, ainda que não facilmente alcançável. “É necessário obter um diploma ou certificado em mecânica dedicado às novas tecnologias contemplando conhecimentos em programação de CLPs e de controle de movimentação. Mas também é necessária uma boa dose de vontade de experimentar novidades”.

Alessandro Redavide, gerente de marketing e comunicação da Yaskawa Itália

Uma oportunidade de experimentar foi apresentada por Massimo Porta, gerente geral da Omron Electronics, durante a inauguração do Laboratório de Inovação da Omron de Milão, um espaço no qual é possível testar as tecnologias mais futurística de automação. “Realizamos aquilo que era um sonho: um laboratório de inovação que satisfaz as exigências dos clientes”. A estrutura foi idealizada com o objetivo, declarado, de incrementar o suporte e a assistência local que a Omron fornece aos seus clientes na Itália.

De resto, como explicou Porta, no mundo manufatureiro se está experimentando uma crescente utilização da tecnologia de automação. “O Plano Indústria 4.0 levou as empresas a observar com maior atenção a utilização das informações fornecidas para a implantação. Constatamos com satisfação que boa parte dos empreendedores italianos buscam vantagens competitivas pelo emprego das novas tecnologias, e não apenas benefícios fiscais. A uma exigência como essa, uma empresa como a Omron não poderia responder simplesmente com um catálogo de produtos e serviços, precisávamos de um ambiente no qual pudéssemos demonstrar nossa capacidade. Nossa empresa não se preocupa apenas com o imediato, mas deseja realizar projetos de sucesso nas próximas décadas e atrair talentos das universidades. Tudo isso só pode acontecer se colocarmos a disposição dos técnicos e clientes um ambiente com a tecnologia pronta para o futuro”.

Universidade e empresas devem, portanto, incrementar a colaboração, ambas apresentando suas peculiaridades, como confirma Redavide da Yaskawa. “O caminho da formação a ser seguido compreende os cursos verticais sobre as atividades que o técnico deverá desempenhar. Para quem opera com robôs, em particular, a Yaskawa propõe cursos específicos, centrados sobre temas como programação, tecnologia de comando e controle, manutenção e de softwares dedicados a robótica. Se trata de cursos ministrados na sede de Torino ou dentro das empresas clientes para melhor atender às suas necessidades. Além desses, fornecemos também treinamentos personalizados”.

A MECATRÔNICA SE TORNA MAIS FÁCIL

A formação e seleção de profissionais não são atividades que acontecem rapidamente. Assim, enquanto universidades e empresas buscam se organizar para contornar a carência de pessoal técnico especializado, o mundo manufatureiro não pode esperar. Até porque, em outros países, estes investimentos foram já iniciados e o mercado, como se diz, não espera.

Uma solução temporária para a carência de técnicos pode ser pela disponibilização

Nicola Peli, gerente de produto na Industry Business da Schneider Electric

de softwares cada dia mais fáceis e poderosos, sobretudo para simulações. Esses produtos contribuem decididamente para a aceleração das atividades dos especialistas, mas, ao mesmo tempo, podem também ser utilizados com sucesso por técnicos de diferentes competências, com resultados positivos em ambientes diversos. Como confirma Peli da Schneider Electric, “a abordagem mecatrônica no desenvolvimento de maquinário permite uma maior dedicação à fase de projeto. O tempo de engenharia empregado na instalação e posta em marcha deve ser sempre minimizado para garantir a competitividade no mercado. A disponibilidade de ferramentas de simulação mais simples e acessíveis significa poder utilizar também em máquinas automáticas que operam independentes ou até em componentes discretos: isso reduz o esforço de projeto, reduzindo os tempos de projeto de uma aplicação. Para a Schneider Electric, por outro lado, facilidade não significa “generalidade”: podemos oferecer diversas topologias de simulação, específicas para os utilizadores individuais”.

Sobre esse aspecto concorda também Cristini da Siemens. “Atualmente, as empresas desejam e podem acelerar a inovação por meio da utilização de ferramentas de simulação para dimensionar e estimar as diversas alternativas de projeto, desenvolvimento de protótipos e para explorar novas possibilidades e formatos de produtos. Quanto mais as plataformas garantirem ambientes de desenvolvimento multidisciplinares, e ao mesmo tempo integrados e bem conduzidos, maiores são os benefícios: o projeto baseado nas simulações dos fluxos de trabalho promove a colaboração, a exemplo dos analistas e projetistas. O tempo dedicado à preparação da simulação em si será drasticamente reduzido, assim como o custo de coleta e transferência de dados. Em suma, adotando sempre plataformas mais integradas de projeto, é possível transformar processos e ferramentas separadas em uma solução de projeto integrada, facilitando o processo de decisão dos times envolvidos”. Em particular, essas vantagens são evidentes no âmbito da robótica, como reforça Redavide da Yaskawa. “A simulação virtual de sistemas e processos baseados em robôs oferece vantagens cruciais não apenas no planejamento, mas também na implantação e funcionamento dos sistemas em si. Os erros dispendiosos podem agora ser eliminados de forma confiável. Os tempos de setup local dispendidos pelos operadores especializados sofrem sensíveis reduções de forma a otimizar os recursos de forma mais eficiente. São necessários softwares que satisfaçam tanto os parâmetros técnicos da robótica quanto as especificações do ambiente dos sistemas. Os programas de simulação permitem a configuração virtual e a inspeção dos processos de produção em um ambiente 3D dinâmico”.

OS HACKERS NÃO DEVEM SER TEMIDOS

Falado de tecnologia da informação não se pode, obviamente, negligenciar um dos aspectos mais delicados e inquietantes deste ambiente: a segurança digital. No futuro próximo, no ambiente industrial, será fundamental saber se defender dos ataques dos hackers que estão sempre buscando formas de extorquir valores dos menos precavidos. É conhecida a interceptação recente da polícia especializada em crimes financeiros, de uma mensagem de um mafioso de Bari que afirmava: “Busco os novos adeptos dentro das melhores universidades e você vai ainda pesquisar quatro desavisados pelo caminho que farão assim: bam bam! Eu busco aqueles que clicam e movimentam”. Essa linguagem codificada demonstra uma tendência que não pode ser subestimada. Addimando da Telmotor recorda que “mesmo que as temáticas de segurança não sejam diretamente ligadas a mecatrônica, a mecatrônica interliga a automação industrial, o controle de movimentação e a coleta de dados. A Indústria 4.0 transporta todos esses dados e ainda dados estatísticos de produção e dados de funcionamento e diagnóstico utilizando a internet. A conexão com a internet é o ponto fraco que deve ser vigiado. Também por isso a mecatrônica é menos vulnerável que digitalização”. Sobre esse aspecto também Peli da Schneider Electric acredita que seja necessária uma maior clareza. “A conectividade dos produtos, a acessibilidade remota, o compartilhamento de dados e o IoT introduzem o tema da segurança cibernética. Hoje existe muita confusão ser revisada. A Schneider Electric oferece um conjunto de soluções com a EcoStruxure para proteger os dados e as conexões por meio de hardwares e softwares de maneira que se possa maximizar as vantagens da interconectividade dos dispositivos (conectividade, diagnóstico remoto, monitoração, assistência e manutenção) mantendo a proteção dos dados. Se enfrentarmos a evolução tecnológica com a necessária consciência, a segurança não será um obstáculo: existem soluções tecnológicas adequadas, a exemplo de nossa oferta com EcoStruxure Machine Advisor, fornecemos aos fabricantes a possibilidade de rastrear e controlar o parque instalado de máquinas, monitorá-lo, intervir remotamente (Track, Monitor, Fix) unindo de forma eficiente o IoT e a segurança cibernética».

Devemos então encarar o tema da segurança com uma consciência crescente, mas também com a convicção de que as soluções existem, como reforça Zampolli da Panasonic Electric Works Itália. “Não definiria o tema da segurança com a expressão “obstáculo”. Se trata de um tema que evolui junto com a digitalização: o acesso as vantagens oferecidas pelas novas tecnologias apontam para considerações mais amplas, também com respeito a proteção da informática, antigamente menos necessária. Esse aumento da conscientização pode ser o início de novas oportunidades de negócios e processos dentro das empresas que trilharem o caminho da mecatrônica”.

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Solução da Elipse Software monitora, em tempo real, um total de 20 Estações de Armazenagem de Água e 60 motobombas controladas pelo SAEMAS em Sertãozinho (SP)

FONTE: https://www.elipse.com.br/case/elipse-e3-permite-ao-saemas-diagnosticar-e-solucionar-problemas-em-fracao-de-segundos/

Necessidade

O SAEMAS (Serviço Autônomo de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Sertãozinho) é uma autarquia municipal responsável por executar e explorar os serviços de água e esgoto em Sertãozinho, interior de São Paulo. Para automatizar o sistema de abastecimento de água em Sertãozinho, o SAEMAS decidiu utilizar o Elipse E3.

A grande facilidade com que permite realizar ajustes, melhorias e expansões foi o fator determinante para a escolha da solução desenvolvida pela Elipse Software. Importante salientar a participação da Alfacomp Automação Industrial Ltda, empresa que implementou o E3 nesta aplicação concluída em março deste ano.SAEMAS - Telemetria de água e esgotoFigura 1. Tela inicial da aplicação do E3 no SAEMAS

Solução

O E3 permite monitorar e executar comandos sobre as 20 unidades do sistema de abastecimento de água de Sertãozinho, cada uma delas composta de um reservatório e três motobombas. Para isto, disponibiliza uma tela destinada a cada unidade, na qual é possível supervisionar as vazões, pressões, tensões e correntes assinaladas junto às motobombas, assim como os níveis de água nos reservatórios.SAEMAS - Telemetria de água e esgoto

Figura 2. Controle de uma das unidades que compõem a rede de abastecimento de Sertãozinho

Na mesma tela, o E3 permite também acompanhar a condição de operação das motobombas, informando, por exemplo, se há algum equipamento com defeito ou sob manutenção ou se a unidade já se encontra em operação naquele instante. Além disso, o software permite acompanhar ou resetar o período, em horas, de funcionamento das motobombas.

Ainda relacionado às motobombas, o E3 permite visualizar e ajustar as configurações padrões definidas para as suas tensões e correntes. As configurações padrões determinadas para as pressões com que as motobombas bombeiam a água em cada unidade também podem ser monitoradas e ajustadas pelo software.

SAEMAS - Telemetria de água e esgoto

Figura 3. Controle das configurações de tensão e corrente na motobomba entre o poço e o reservatório da unidade

O mesmo controle vale para as configurações dos níveis de água nos reservatórios, as quais podem ser ajustadas de forma que o sistema ligue ou desligue as motobombas conforme seja necessário, contribuindo assim para garantir o abastecimento e redução de desperdícios. Neste contexto voltado ao uso mais racional de água e energia, o E3 também permite selecionar quais estações entrarão em funcionamento nos horários de ponta conforme a demanda.

SAEMAS - Telemetria de água e esgoto

Figura 4. Tela que permite escolher quais estações serão acionadas nos horários de ponta

O E3 exibe ainda os níveis e volumes de água verificados no total e junto a cada reservatório, permitindo acessar as configurações padrões ajustáveis da altura da água em cada reservatório. As vazões mensuradas nas motobombas localizadas entre os poços e reservatórios, tanto a total quanto a calculada por hora, também são monitoradas, assim como o tempo de varredura do sistema de automação em cada unidade.

SAEMAS - Telemetria de água e esgoto

Figura 5. Controle do nível de água presente nos reservatórios

Por fim, a solução da Elipse permite emitir relatórios dos eventos, históricos e alarmes assinalados no período estipulado pelo usuário. Em relação aos alarmes, caso algum valor definido na configuração padrão não esteja sendo respeitado, por exemplo, haja uma subtensão muito abaixo da indicada, o E3 alerta os operadores via um sinal visual e sonoro.

Além dos relatórios, o software permite, que esta mesma análise de desempenho das unidades, seja realizada sob a forma de gráficos. Vale salientar que, tanto os relatórios quanto os gráficos podem ser exportados para PDF ou Excel, sendo instrumentos de extrema utilidade junto às auditorias de fiscalização.

SAEMAS - Telemetria de água e esgoto

Figura 6. Gráfico de análise das variáveis elétricas das motobombas de uma unidade

Benefícios

O Elipse E3 permite ao SAEMAS monitorar, em tempo real, as 20 unidades do sistema de abastecimento de água em Sertãozinho. Com isto, o operador é informado caso haja qualquer ocorrência via os alarmes, podendo agir com mais agilidade para solucioná-la. Uma manobra que, hoje, é feita em fração de segundos, antes, levava horas, uma vez que o monitoramento não era remoto, mas sim realizado de forma local.

“Os relatórios e informações geradas pelo E3 nos permitem diagnosticar e solucionar problemas com mais agilidade, dispensando o envio das rondas até cada unidade simplesmente para monitoramento”, disse Leandro Espinoza, Químico do SAEMAS.

Segundo Espinoza, este controle lhes possibilitou também verificar a necessidade de se elevar o fator de potência das motobombas. Um benefício que vai direto ao encontro do objetivo central desta automação, ou seja, reduzir os desperdícios com água e, neste caso em particular, energia.

“Graças ao E3, conseguimos verificar a necessidade de corrigirmos o fator de potência das motobombas e, a partir desta observação, podermos tomar, futuramente, as medidas mais indicadas para executar esta correção que, acreditamos, representará uma economia de energia na ordem de R$ 20 mil por mês”, revelou.

Confira abaixo outros benefícios proporcionados pelo software da Elipse ao SAEMAS:

  • Monitoramento, em tempo real, das variáveis de pressão, vazão e nível da água nos reservatórios;
  • Possibilidade de monitorar e ajustar as configurações padrões das tensões, correntes, pressões e níveis de água nos reservatórios;
  • Sistema de alarmes que alerta os operadores caso haja qualquer espécie de problema nas unidades;
  • Possibilidade de acompanhar ou resetar o tempo de funcionamento das motobombas;
  • Monitoramento da condição de operação das motobombas;
  • Emissão de relatórios dos eventos, históricos e alarmes, que podem ser exportados para Excel e PDF;
  • Emissão de gráficos de análise de desempenho das unidades, que, assim como os relatórios, também podem ser exportados para Excel e PDF.

Ficha Técnica

  • Cliente: SAEMAS
  • Integrador: Alfacomp Automação Industrial Ltda.
  • Pacote Elipse: Elipse E3
  • Plataforma: Windows Server 2012
  • Número de cópias: 4 (1 E3 Server + 3 E3 Viewer Control)
  • Pontos de I/O: 1500
  • Drivers de comunicação: MODBUS RTU

Leia também

Os sistemas de transportes foram grandemente melhorados em 1998 quando a EPTC de Porto Alegre adotou uma nova tecnologia para controlar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus da cidade o SOMA – Sistema de Ônibus Monitorado Automaticamente. O sistema é constituído de 52 estações de monitoração distribuídas pela cidade, que registram a passagem dos ônibus e transmitem as informações via rádio para o centro de controle e operação. Em Janeiro de 2008, a Alfacomp Automação Industrial assumiu a manutenção do sistema.

O SOMA é baseado em RFID – Radio Frequency Identification, etiquetas eletrônicas “transponders” instalados em todos os ônibus e estações fixas distribuídas em vários pontos da cidade que identificam os veículos e o horário da passagem transmitindo os dados através de um sistema de rádio-modem até a central. A identificação dos veículos e realizada através de protocolos abertos da Texas Instruments, porém foram desenvolvidos equipamentos para concentração de dados e software de gerenciamento de comunicações dedicado com protocolos fechados.

Os elementos do sistema atual são agrupados em quatro subsistemas: sistema de identificação; unidade de controle local; sistema de comunicação e sistema de monitoramento. Sistema de identificação: é composto por transponders instalados em cada ônibus onde está gravado o prefixo e é lido a cada passagem por um ponto de leitura através de leitores específicos (STU´s e antena de solo). Unidade de Controle Local: Localizada no mesmo bastidor de cada ponto e executa a comunicação com a STU através de um protocolo de campo recebendo a identificação de cada ônibus e armazenado juntamente com o horário de passagem em sua memória para posterior transmissão à central.

Benefícios do sistema

A frota  de ônibus é totalmente monitorada em 52 pontos de monitoramento, 24 horas por dia e todos os dias da semana. A cobertura das viagens realizadas é de 97%.  sistema tem como principal objetivo realizar a fiscalização eletrônica do cumprimento dos horários e  realização das viagens previstas.  Os indicadores resultantes do monitoramento são: ICV – índice de cumprimento de viagens; IVFI – índice de viagens fora do intervalo; IVSM – índice de viagem sem monitoração e IRSM – índice de realização sem monitoração. O sistema permite à EPTC, monitorar quantos ônibus rodaram em cada linha e em que horários. Estes dados fornecem um quadro completo da regularidade e qualidade dos serviços prestados pelas empresas concessionárias à população.

Funcionamento

O SOMA é baseado em RFID – Radio Frequency Identification, etiquetas eletrônicas “transponders” instalados em todos os ônibus e estações fixas distribuídas em vários pontos da cidade que identificam os veículos e o horário da passagem transmitindo os dados através de um sistema de rádio-modem até a central. Nos transponders instalados em cada ônibus está gravado o prefixo, que e é lido a cada passagem por um ponto de leitura através de leitores de transponder e antena de solo. A Unidade de Controle Local, localizada no mesmo bastidor de cada ponto, executa a comunicação com o leitor de transponder e registra a identificação, juntamente com o horário de passagem, em sua memória para posterior transmissão à central. O Sistema de Comunicação é composto pelo rádio da central, pela retransmissora localizada em torre no morro São Caetano, além dos rádios de cada ponto de leitura.

São compostas de quadro elétrico contendo rádio modem, fonte de alimentação, unidade de controle e unidades de leitura de transponder, que realizam as leituras dos laços indutivos implementados nas vias. Os quadros são instalados em postes montados próximos aos laços. Cada laço possui uma caixa de sintonia para juste da freqüência de ressonância e consequente sensibilidade.

A Alfacomp mantém equipe de técnicos eletrônicos e veículos equipado com todo o ferramental necessário para os serviços de manutenção preventiva e corretiva. As atividades principais da equipe são a instalação de laços indutivos (antenas de solo), ajuste de sintonia e sensibilidade dos laços, substituição e reparo dos dispositivos eletrônicos das estações fixas, instalação e orientação das antenas e rádios.

Sistema Tiris

O sistema Tiris consiste de um ou mais transponders e de um Leitor (Reader). O leitor descrito no exemplo normalmente é composto de uma antena, um módulo de RF e um módulo de controle. A antena é composta por um laço indutivo e um capacitor, formando assim um circuito ressonante. O módulo de RF é responsável por excitar a antena e tem a capacidade de carregar o capacitor do transponder, ler e escrever no mesmo e repassar os dados ao modulo de controle. O modulo de controle executa as leituras e escritas de acordo com os comandos recebidos pela central de processamento.

 

Series 2000 Control Module

A série 2000 de módulos de controle constitui a interface entre um sistema TIRIS (Texas Instruments Radio Identification System) e um sistema central de controle (host). Os módulos controlam as funções de transmissão e recepção de um módulo de RF de acordo como os comandos recebidos do host, para leituras e escritas em transponders. O módulo decodifica os sinais RF recebidos e obtém o número de identificação do transponder, testa a validade dos dados e traduz os dados para um protocolo serial padrão. Adicionalmente, o módulo tem a capacidade de armazenar até 909 leituras em um buffer para posterior transmissão ao host. O módulo possui interfaces RS232 e RS485 e dois protocolo de comunicação: o TIRIS Bus Protocol para comunicação ponto-multiponto e o ASCII para comunicação ponto-a-ponto, normalmente utilizado para a programação das unidades.

Series 2000 High Performance Remote Antenna RFM and Tuning Module

A série 2000 de módulos de RF de alto desempenho, em conjunto com os módulos de sintonia, suportam a utilização de antenas instaladas a distâncias de até 120 metros. Estes conjuntos constituem a interface entre os transponder HDX/FSK operando a 132.4 kHz e os módulos de controle. O módulo de RF transmite um sinal que energiza o transponder, modula o sinal de RF com dados para o transponder, recebe o sinal devolvido e decodifica os dados para repassar ao módulo de controle.

120 mm Cilindrical Transponder

Durante o tempo de carga, o módulo de RF transmite de forma continua. O sinal de 132 kHz gera um campo eletromagnético em torno da antena. Se houver um transponder nas imediações, a energia captada pelo mesmo irá carrega o capacitor de carga. Quando o módulo de RF para de transmitir, inicia a fase da leitura. Durante  o tempo leitura, o transponder emite o frame solicitado utilizando FSK.

A Alfacomp se orgulha em ter colaborado para a melhoria da qualidade dos transportes públicos em Porto Alegre através da manutenção do SOMA – Sistema de Ônibus Monitorado Automaticamente. 

Você gostaria de saber mais sobre esta e outras tecnologias para o controle e monitoração dos sistemas de transporte público? Fale conosco pelo (51)3029.7161 ou comercial@alfacomp.ind.br

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Os sistemas de transportes foram grandemente melhorados em 1998 quando a EPTC de Porto Alegre adotou uma nova tecnologia para controlar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus da cidade o SOMA – Sistema de Ônibus Monitorado Automaticamente. O sistema é constituído de 52 estações de monitoração distribuídas pela cidade, que registram a passagem dos ônibus e transmitem as informações via rádio para o centro de controle e operação. Em Janeiro de 2008, a Alfacomp Automação Industrial assumiu a manutenção do sistema.

O SOMA é baseado em RFID – Radio Frequency Identification, etiquetas eletrônicas “transponders” instalados em todos os ônibus e estações fixas distribuídas em vários pontos da cidade que identificam os veículos e o horário da passagem transmitindo os dados através de um sistema de rádio-modem até a central. A identificação dos veículos e realizada através de protocolos abertos da Texas Instruments, porém foram desenvolvidos equipamentos para concentração de dados e software de gerenciamento de comunicações dedicado com protocolos fechados.

Os elementos do sistema atual são agrupados em quatro subsistemas: sistema de identificação; unidade de controle local; sistema de comunicação e sistema de monitoramento. Sistema de identificação: é composto por transponders instalados em cada ônibus onde está gravado o prefixo e é lido a cada passagem por um ponto de leitura através de leitores específicos (STU´s e antena de solo). Unidade de Controle Local: Localizada no mesmo bastidor de cada ponto e executa a comunicação com a STU através de um protocolo de campo recebendo a identificação de cada ônibus e armazenado juntamente com o horário de passagem em sua memória para posterior transmissão à central.

Benefícios do sistema

A frota  de ônibus é totalmente monitorada em 52 pontos de monitoramento, 24 horas por dia e todos os dias da semana. A cobertura das viagens realizadas é de 97%.  sistema tem como principal objetivo realizar a fiscalização eletrônica do cumprimento dos horários e  realização das viagens previstas.  Os indicadores resultantes do monitoramento são: ICV – índice de cumprimento de viagens; IVFI – índice de viagens fora do intervalo; IVSM – índice de viagem sem monitoração e IRSM – índice de realização sem monitoração. O sistema permite à EPTC, monitorar quantos ônibus rodaram em cada linha e em que horários. Estes dados fornecem um quadro completo da regularidade e qualidade dos serviços prestados pelas empresas concessionárias à população.

Funcionamento

O SOMA é baseado em RFID – Radio Frequency Identification, etiquetas eletrônicas “transponders” instalados em todos os ônibus e estações fixas distribuídas em vários pontos da cidade que identificam os veículos e o horário da passagem transmitindo os dados através de um sistema de rádio-modem até a central. Nos transponders instalados em cada ônibus está gravado o prefixo, que e é lido a cada passagem por um ponto de leitura através de leitores de transponder e antena de solo. A Unidade de Controle Local, localizada no mesmo bastidor de cada ponto, executa a comunicação com o leitor de transponder e registra a identificação, juntamente com o horário de passagem, em sua memória para posterior transmissão à central. O Sistema de Comunicação é composto pelo rádio da central, pela retransmissora localizada em torre no morro São Caetano, além dos rádios de cada ponto de leitura.

São compostas de quadro elétrico contendo rádio modem, fonte de alimentação, unidade de controle e unidades de leitura de transponder, que realizam as leituras dos laços indutivos implementados nas vias. Os quadros são instalados em postes montados próximos aos laços. Cada laço possui uma caixa de sintonia para juste da freqüência de ressonância e consequente sensibilidade.

A Alfacomp mantém equipe de técnicos eletrônicos e veículos equipado com todo o ferramental necessário para os serviços de manutenção preventiva e corretiva. As atividades principais da equipe são a instalação de laços indutivos (antenas de solo), ajuste de sintonia e sensibilidade dos laços, substituição e reparo dos dispositivos eletrônicos das estações fixas, instalação e orientação das antenas e rádios.

Sistema Tiris

O sistema Tiris consiste de um ou mais transponders e de um Leitor (Reader). O leitor descrito no exemplo normalmente é composto de uma antena, um módulo de RF e um módulo de controle. A antena é composta por um laço indutivo e um capacitor, formando assim um circuito ressonante. O módulo de RF é responsável por excitar a antena e tem a capacidade de carregar o capacitor do transponder, ler e escrever no mesmo e repassar os dados ao modulo de controle. O modulo de controle executa as leituras e escritas de acordo com os comandos recebidos pela central de processamento.

 

Series 2000 Control Module

A série 2000 de módulos de controle constitui a interface entre um sistema TIRIS (Texas Instruments Radio Identification System) e um sistema central de controle (host). Os módulos controlam as funções de transmissão e recepção de um módulo de RF de acordo como os comandos recebidos do host, para leituras e escritas em transponders. O módulo decodifica os sinais RF recebidos e obtém o número de identificação do transponder, testa a validade dos dados e traduz os dados para um protocolo serial padrão. Adicionalmente, o módulo tem a capacidade de armazenar até 909 leituras em um buffer para posterior transmissão ao host. O módulo possui interfaces RS232 e RS485 e dois protocolo de comunicação: o TIRIS Bus Protocol para comunicação ponto-multiponto e o ASCII para comunicação ponto-a-ponto, normalmente utilizado para a programação das unidades.

Series 2000 High Performance Remote Antenna RFM and Tuning Module

A série 2000 de módulos de RF de alto desempenho, em conjunto com os módulos de sintonia, suportam a utilização de antenas instaladas a distâncias de até 120 metros. Estes conjuntos constituem a interface entre os transponder HDX/FSK operando a 132.4 kHz e os módulos de controle. O módulo de RF transmite um sinal que energiza o transponder, modula o sinal de RF com dados para o transponder, recebe o sinal devolvido e decodifica os dados para repassar ao módulo de controle.

120 mm Cilindrical Transponder

Durante o tempo de carga, o módulo de RF transmite de forma continua. O sinal de 132 kHz gera um campo eletromagnético em torno da antena. Se houver um transponder nas imediações, a energia captada pelo mesmo irá carrega o capacitor de carga. Quando o módulo de RF para de transmitir, inicia a fase da leitura. Durante  o tempo leitura, o transponder emite o frame solicitado utilizando FSK.

A Alfacomp se orgulha em ter colaborado para a melhoria da qualidade dos transportes públicos em Porto Alegre através da manutenção do SOMA – Sistema de Ônibus Monitorado Automaticamente. 

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Leia também

 

WorkSense W-01

WorkSense W-01 é o novo robô de dois braços da Epson apresentado pela primeira vez na Europa durante a feira AUTOMÁTICA 2018 que acontece em Mônaco, na Baviera, de 19 a 22 de junho de 2018.

Fonte – Automazione Industriale – https://www.automazioneindustriale.com/il-robot-dual-arm-di-epson-che-vede-rileva-pensa-e-lavora/

 

Ideal para a automatização de atividades complexas em espaços reduzidos, o WorkSense W-01 é um robô inteligente, projetado para o desenvolvimento de múltiplas operações em atividades de produção autônoma de larga escala.

O WorkSense W-01 é dotado de numerosos sensores internos, entre eles câmeras e sensores de força que lhe permitem ver e aprender rapidamente.

Volker Spanier, responsável por soluções robóticas da Epson para a Europa, Oriente Médio e Russia declarou: “De acordo com nossos dados, a adoção de robôs deve aumentar entre 10% e 20% ao ano nos países da Europa central e oriental nos próximos dois anos, devido a taxa de crescimento do mercado em nível internacional seguindo os movimentos de crescimento econômico da China.

A Epson produz robôs há mais de 30 anos e, com base em dados publicados pela International Federation of Robotics e confirmados pela Fuji Keizai – organização que se ocupa de pesquisas de mercado para a indústria e marketing – é líder em robôs SCARA (Selective Compliance Assembly Robot Arm) por 7 anos consecutivos.

Presença da Epson na Automática 2018

A Epson apresenta na feira Automática 2018 também uma inteira gama, desde braços robóticos de última geração até sistemas de precisão com 6 eixos de movimento.

Todos os robôs Epson são projetados para satisfazer as exigências em contínua evolução das empresas europeias. Entre as demandas crescentes sobressaem as necessidades de soluções flexíveis para pequenas e médias empresas.

Scara T

Epson é a empresa líder no setor de robôs Scara de pequeno porte e oferece de longa data a mais ampla gama de produtos atualmente disponíveis no mercado. Com a introdução do robô T6-Scara, caracterizado por um raio de ação de 600 mm e uma capacidade de carga útil de até 6 kg, a linha de robôs Epson ganhou um produto poderoso.

Série VT

Simples e convenientes, os robôs antropomórficos da nova série VT foram otimizados para o desenvolvimento e implementação de funções de responsabilidade, e graças ao controle integrado podem ser facilmente adicionados aos sistemas existentes sem a necessidade de implementar programações complexas. O modelo VT06 é um robô de 6 eixos com braço de 600 mm e capacidade de carga de até 6 kg.

Série N

Caracterizados por uma elevada eficiência e perfil reduzido, os robôs compactos de 6 eixos da série N são extremamente manobráveis graças ao segundo eixo interno. O modelo N6 possui um braço de 1000 mm e suporta cargas de até 6 kg.

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WorkSense W-01

WorkSense W-01 é o novo robô de dois braços da Epson apresentado pela primeira vez na Europa durante a feira AUTOMÁTICA 2018 que acontece em Mônaco, na Baviera, de 19 a 22 de junho de 2018.

Fonte – Automazione Industriale – https://www.automazioneindustriale.com/il-robot-dual-arm-di-epson-che-vede-rileva-pensa-e-lavora/

 

Ideal para a automatização de atividades complexas em espaços reduzidos, o WorkSense W-01 é um robô inteligente, projetado para o desenvolvimento de múltiplas operações em atividades de produção autônoma de larga escala.

O WorkSense W-01 é dotado de numerosos sensores internos, entre eles câmeras e sensores de força que lhe permitem ver e aprender rapidamente.

Volker Spanier, responsável por soluções robóticas da Epson para a Europa, Oriente Médio e Russia declarou: “De acordo com nossos dados, a adoção de robôs deve aumentar entre 10% e 20% ao ano nos países da Europa central e oriental nos próximos dois anos, devido a taxa de crescimento do mercado em nível internacional seguindo os movimentos de crescimento econômico da China.

A Epson produz robôs há mais de 30 anos e, com base em dados publicados pela International Federation of Robotics e confirmados pela Fuji Keizai – organização que se ocupa de pesquisas de mercado para a indústria e marketing – é líder em robôs SCARA (Selective Compliance Assembly Robot Arm) por 7 anos consecutivos.

Presença da Epson na Automática 2018

A Epson apresenta na feira Automática 2018 também uma inteira gama, desde braços robóticos de última geração até sistemas de precisão com 6 eixos de movimento.

Todos os robôs Epson são projetados para satisfazer as exigências em contínua evolução das empresas europeias. Entre as demandas crescentes sobressaem as necessidades de soluções flexíveis para pequenas e médias empresas.

Scara T

Epson é a empresa líder no setor de robôs Scara de pequeno porte e oferece de longa data a mais ampla gama de produtos atualmente disponíveis no mercado. Com a introdução do robô T6-Scara, caracterizado por um raio de ação de 600 mm e uma capacidade de carga útil de até 6 kg, a linha de robôs Epson ganhou um produto poderoso.

Série VT

Simples e convenientes, os robôs antropomórficos da nova série VT foram otimizados para o desenvolvimento e implementação de funções de responsabilidade, e graças ao controle integrado podem ser facilmente adicionados aos sistemas existentes sem a necessidade de implementar programações complexas. O modelo VT06 é um robô de 6 eixos com braço de 600 mm e capacidade de carga de até 6 kg.

Série N

Caracterizados por uma elevada eficiência e perfil reduzido, os robôs compactos de 6 eixos da série N são extremamente manobráveis graças ao segundo eixo interno. O modelo N6 possui um braço de 1000 mm e suporta cargas de até 6 kg.

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Atualização tecnológica da telemetria de água e esgoto do SAAE de Sorocaba

A atualização tecnológica da telemetria de água e esgoto de um município visa renovar o sistema de telemetria de forma a torná-lo aberto e compatível com equipamentos genéricos, aproveitando ao máximo o sistema instalado para minimizar custos.

O processo de atualização inclui a qualificação do corpo técnico da empresa de saneamento para a manutenção do sistema de telemetria de forma que o contrato de manutenção seja uma opção da empresa e não a única alternativa.

Ou seja, a atualização tecnológica moderniza o sistema de telemetria e minimiza custos com manutenção.

Quando se faz necessária a atualização tecnológica

Os primeiros sistemas de automação e telemetria de água e esgoto surgiram há cerca de 20 anos no Brasil. Alguns sistemas foram implementados utilizando  CLPs de mercado que hoje estão descontinuados e softwares supervisórios para os quais não existe mais suporte.

Outros sistemas foram desenvolvidos utilizando hardwares e software proprietários, deixando o usuário sujeito a contratos de manutenção com custos altos de reposição de peças.

Esse era o caso do sistema implantado no SAAE de Sorocaba onde o sistema era composto por controladores industriais e software supervisório proprietários ou obsoletos.

Isto significa que apenas o fornecedor original do sistema possuía equipamentos compatíveis para efetuar a substituição de peças defeituosas e para ampliar o sistema. A manutenção do sistema estava a cargo da empresa fornecedora da tecnologia, hoje é realizada pela própria equipe técnica do SAAE de Sorocaba.

Solução encontrada para a atualização tecnológica da telemetria

Decidiu-se utilizar CLPs de mercado comunicando em MODBUS RTU e cujo fornecedor mantivesse cursos regulares de utilização e programação. Foi utilizado um software supervisório de mercado com calendário regular de treinamentos.

Foram aproveitados rádios, antenas, transmissores de nível, pressão e vazão, medidores de grandezas elétricas, painéis elétricos, no-breaks, e demais instalações que estavam em boas condições operacionais.

O protocolo de comunicação MODBUS é de domínio público e sustentado pela quase totalidade de fabricantes de controladores lógicos e fornecedores de softwares supervisórios. A figura a seguir apresenta o equipamento instalado em estação existente:Atualização tecnológica da telemetria do saneamento

O conjunto é composto por:

  • CLP
  • SW3300 – Seccionador, DPS e tomada
  • RS-5024 – Fonte de alimentação
  • IA2820 – Interface com 8 entradas analógicas
  • ID2908 – Interface relé com 8 saídas isoladas

O CLP é instalado na porta do painel existente. Os demais módulos são instalados na placa de montagem do painel existente. O número de interfaces poderá variar conforme a estação.

Onde há necessidade de um maior número de IOs foi instalado um conjunto composto por:

  • CLP
  • IHM Weintek que será instalado na porta do painel
  • SW3300 – Seccionador, DPS e tomada
  • RS-5024 – Fonte de alimentação
  • IA2820 – Interface com 8 entradas analógicas
  • ID2908 – Interface relé com 8 saídas isoladas

Atualização tecnológica da telemetria do saneamento

E o que é a TELEMETRIA DA ÁGUA E ESGOTO? 

Trata-se da automação, monitoração e controle, em tempo real, de reservatórios e elevatórias de água e esgoto, ETAs e ETEs via rádio.

Atualização tecnológica da telemetria do saneamento

Qual a importância da TELEMETRIA DE ÁGUA E ESGOTO?

Em um município sem sistema de telemetria, é a população que avisa a companhia de água e esgoto quando ocorre uma falha no abastecimento.

O sistema de telemetria é necessário para:

  • Garantir o abastecimento da população;
  • Monitorar em tempo real o funcionamento de estações elevatórias, reservatórios, medidores de vazão e demais dispositivos elétricos e hidráulicos do sistema;
  • Armazenar e apresentar dados históricos sobre a qualidade do abastecimento;
  • Alarmar vazamentos, falhas de operação, falhas de equipamentos, intrusões, valores anormais de níveis, pressões e vazões;
  • Prevenir e minimizar perdas;
  • Enfim, garantir a qualidade dos serviços prestados.

Como funciona o CCO (Centro de Controle e Operação)?

Dotado de computadores e monitores, o CCO permite que a equipe de operação supervisione e controle o funcionamento de todo o sistema de abastecimento de água do município.

Do centro de operações é possível comandar de forma automática e manual o funcionamento de elevatórias, reservatórios, boosters, válvulas, comportas, macro medidores de vazão e qualquer outro dispositivo eletromecânico. Toda a comunicação se dá via rádio.

Atualização tecnológica da telemetria do saneamento

Como funciona a automação das estações?

Painéis de telemetria, constituídos de quadros elétricos dotados de CLP, rádio modem, fonte de alimentação com bateria e interfaces analógicas e digitais são instalados nos reservatórios, elevatórias de água e esgoto, pontos de macro medição, válvulas atuadoras e VRPs, ETAs e ETEs.

Rádios modem livres de licença de utilização junto a Anatel estabelecem a comunicação entre o CCO e as estações. CLPs fabricados no Brasil, programados em LADDER e comunicando em protocolo MODBUS RTU, controlam a monitoram a estação.

Por que Alfacomp?

Somos a única empresa brasileira fabricante de rádios modem, fornecendo sistemas de telemetria de água e esgoto com tecnologia aberta, protocolos de comunicação de uso comum e não proprietário, utilizando CLPs de mercado e software supervisório de mercado.

  • Vantagem de nossa solução:
  • Possuímos o melhor custo-benefício;
  • Tecnologia aberta que permite ampliar o sistema utilizando qualquer marca de CLP que comunique por MODBUS;
  • Software supervisório de mercado com amplo calendário de treinamentos;
  • Rádios modem fabricados no Brasil com suporte e manutenção nacionais;
  • Mais de 20 anos de experiência em automação do saneamento.

Como especificar um sistema de telemetria

O primeiro passo é o levantamento de campo, quando são coletadas as informações sobre os pontos de interesse, a saber: reservatórios, elevatórias de água e esgoto, boosters, pontos e macro medição, VRPs, ETAs, ETEs, e qualquer outra instalação que se deseje monitorar e controlar. O resultado deste levantamento é uma lista de informações contendo:

  • Descrição da instalação com a lista de instrumentos, parâmetros hidráulicos e elétricos, volumes, pressões, níveis, potências, etc;
  • Foto das instalações com estimativas de altura das edificações e reservatórios;
  • Coordenadas geográficas de cada ponto, preferencialmente em graus, minutos e segundos.

Com base nas informações enviadas, nossa equipe cria um anteprojeto descrevendo em detalhes a tecnologia que será fornecida para automatizar, monitorar e controlar as instalações de saneamento do município.

O cliente recebe então um manual de anteprojeto e uma planilha orçamentária contendo os valores de investimento para cada ponto de automação.

Deseja atualizar ou elaborar o sistema de telemetria de sua cidade? Aguardamos seu contato! 

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Fonte – Automazione Industriale No. 260 – https://www.automazioneindustriale.com/

Os COBOTS – Robôs Colaborativos – estão cada dia mais presentes no processo produtivo. Encontramos os principais fabricantes do setor para entender essa novidade e suas consequências no ambiente de trabalho.

Na Itália, já existe um robô para cada 62,5 operários. Trata-se de um número significativo, sobretudo se comparado aos 150 robôs por operário na Espanha e aos 127 por operário na França. Esses números, contudo, podem sugerir para um risco de saturação de mercado.

Alessio Cocchi

Alessio Cocchi

Um risco que, segundo Alessio Cocchi, Gerente de Vendas na Universal Robots da Itália, neste momento não existe: “Devemos fazer uma distinção entre os robôs industriais, que representam hoje a maioria dos robôs operando no parque industrial, e os robôs colaborativos. Para esses últimos, conforme pesquisas recentes, a taxa de crescimento será exponencial. Sendo coerente com os números apurados, também o número de robôs industriais continuará a crescer no parque industrial, mas a taxas inferiores em comparação aos colaborativos.”

Uma visão também otimista é aquela de Ákos Dömötör, CEO

Ákos Dömötör

Ákos Dömötör

da OptoForce: “Existe ainda amplo espaço para o crescimento desse mercado. O crescimento do número de robôs colaborativos tem sido grande, na faixa de 5 a 10% ao ano, se comparado com o crescimento do mercado de robôs industriais, graças à flexibilidade de aplicações colaborativas: a demanda de novos robôs colaborativos é crescente, mas depende também do setor industrial. A ampla adoção dos cobots é devida a diversos fatores, desde a simplicidade de programação até a flexibilidade e inteligência que facilita a operação nas empresas. Em ambientes estruturados e organizados, os cobots possuem alto grau de sinergia no trabalho com os seres humanos, e não há dúvidas que a tendência de crescimento se manterá constante no futuro”.

Kenneth Bruun Henriksen

Kenneth Bruun Henriksen

É um sucesso de mercado, como confirma Kenneth Bruun Henriksen, Gerente de vendas para a Europa da On Robot, baseado no fato de que as aplicações colaborativas “continuarão a guiar o crescimento do setor, graças também ao seu curto período de amortização. As aplicações colaborativas são o instrumento de automação ideal para os fabricantes dispostos a superar a concorrência. Os motivos para sua utilização são a implementação flexível, a facilidade de gestão, a alta segurança e a programação fácil, que reduz custos”.

Thomas Visti

Thomas Visti

Thomas Visti, CEO da Mir, ressalta por outro lado, as peculiaridades do mercado italiano: “Apesar de boa parte da produção industrial atualmentej á se encontrar  automatizada, existem ainda muitas atividades que podem ser automatizadas nos processos internos. Valendo-se de cobots móveis, como são os produtos da Mir, a movimentação de materiais e insumos dentro da área de produção e entre a produção e área de armazenamento são apenas alguns exemplos de aplicações para a automação utilizando robôs”.

A logística operada por COBOTS

Alessandro Redavide

Alessandro Redavide

A observação dos indicadores na área de serviço como logística revela que o número de robôs em 2016 aumentou 30% em relação ao ano anterior. Números que, como lembra Alessandro Redavide, Gerente de Marketing & Comunicação da Yaskawa, são relacionados ao fato de que “as solicitações personalizadas tiveram efeito significativo sobre a logística, que atende pedidos cada dia mais variados. Por consequência, assistimos uma evolução dentro da ótica da indústria 4.0 nesse setor, que adota e continuará adotando soluções como a utilização de robôs e automação para garantir e melhorar o desempenho em tarefas repetitivas e na movimentação de cargas”. Também por essa razão, ressalta Visti da Mir, “pensamos que os robôs móveis autônomos, ou AMR (Autonomous Mobile Robot), são o futuro desse setor. Por muito tempo se observou que a única opção para o transporte automatizado vinha sendo a utilização de AGV (Automated Guided Vehicles), robôs que se movimentam por longos percursos fixos e conduzidos por cabos ou sensores, sem a possibilidade de contornar obstáculos. Isso resultou em baixa flexibilidade e funcionalidade e, não raro, também em alto custo, para não mencionar as paradas de produção devido à manutenção de cabos e sensores. Os AMR, por outro lado, graças à capacidade de moverem-se livremente em ambientes dinâmicos, baseando-se apenas nos mapas registrados em suas memórias, representam uma revolução nesse setor. Apesar de possuírem softwares mais avançados que os tradicionais AGV, o custo de introdução e setup é muito inferior, considerando que não é necessário instalar guias físicos no ambiente no qual o robô opera. Utilizando uma interface simples, fácil de operar mesmo por quem não possui experiência em programação, o operador pode efetuar outras tarefas enquanto o robô irá calcular trajetos alternativos e mais otimizados evitando obstáculos imprevistos em seu percurso”.

Revolução do trabalho

Como toda revolução, também a maciça utilização de robôs colaborativos terá efeito sobre o mercado de trabalho e sobre o índice de ocupação. E não faltam preocupações sobre os possíveis efeitos negativos no número de postos de trabalho. Esse é um temor não compartilhado pelas equipes da Universal Robots: “Aquilo que estamos verificando, e que diversas pesquisas internacionais confirmam, é que o uso de robôs colaborativos não conduz à redução de postos de trabalho, mas à uma valorização em duas possíveis direções. De um lado, os operários podem ser aliviados das tarefas mais pesadas, rotineiras ou entediantes, para dedicarem-se a funções diversas e mais criativas. De outro lado, o trabalho colaborativo permite a aquisição de habilidades por parte daqueles que operam equipamentos inteligentes, como são os cobots da UR. Isso tem um efeito específico: restitui ao operador o controle sobre o processo e enriquece o perfil do mesmo”.
Essa opinião é compartilhada por Dömötör da OptoForce: “os robôs colaborativos não são vistos como uma ameaça de substituir o trabalhador, mas como um instrumento que permite mantê-lo. Graças à utilização de cobots, que realizam as tarefas tediosas e repetitivas e são extremamente flexíveis em sua programação, as pessoas podem aumentar sua eficiência e trabalhar de modo proativo e estimulante. O emprego de cobots permite às empresas manter constante a produção em qualquer situação, mesmo quando acontecem solicitações não planejadas de aumento de produção, sem aumentar gastos com a alocação de recursos extras que encarecem os custos de produção”.
Adicionalmente, Visti da Mir ressalta os aspectos positivos dessa revolução, capaz de realmente valorizar as competências das pessoas: “Nossos robôs, assim como muitos outros robôs colaborativos em geral, têm um efeito positivo no trabalho, na medida em que não são concebidos para substituir as pessoas, mas para liberá-las de tarefas duras e pouco nobres. Colocando lado a lado robôs autônomos e pessoas, significa obter o melhor de dois mundos: de um lado a precisão dos incansáveis robôs, de outro a inteligência, a destreza e a adaptabilidade dos humanos, que podem ser aproveitados em atividades de mais alto valor”.

Nicola Giordani

Nicola Giordani

Nicola Giordani, Executivo de vendas de Robôs da Fanuc na Itália, compartilha da opinião dos colegas, acrescentando que “a mudança pode criar resistência, sobretudo naqueles menos flexíveis e menos abertos à inovação, mas não por isso será rejeitada. Os robôs, sem dúvida, representam uma vantagem competitiva para a produtividade das empresas e, sobretudo no caso da robótica colaborativa, uma oportunidade para empregar as pessoas em tarefas variadas e mais qualificadoras. Não acreditamos que a difusão dos robôs levará a um colapso da ocupação na indústria; pelo contrário, prevemos que os trabalhadores que se ocupam hoje de tarefas repetitivas e pouco gratificantes poderão ser reconduzidos a atividades de supervisão ou dedicarem-se a atividades ainda difíceis de automatizar. É evidente que, com o aumento da complexidade dos processos produtivos, se ampliará a busca por profissionais capacitados em competências específicas no âmbito da programação e na análise de Big Data e de Inteligência de Negócios (BI). Trata-se de repensar as competências buscando adaptar-se às novas oportunidades e, claro, para tanto é necessário estar aberto à mudança. Acreditamos na necessidade de investir não apenas em tecnologia, mas também na formação de pessoas, pois uma fábrica super tecnológica não poderá existir sem pessoas qualificadas e capazes de manter a operação com altos índices de produtividade”.

Prontos para gerenciar a transição?

Ainda que todos os entrevistados ressaltem a necessidade de estar aberto à inovação e ser flexível, não podemos esquecer que essa predisposição representa apenas o primeiro passo para a transformação dos trabalhadores, aos quais devem ser apresentados planos de crescimento profissional.

Oscar Ferrato

Oscar Ferrato

Nessa linha, pensa Oscar Ferrato, Gerente de Produtos de Collaborative Robots para a Itália na Abb: “A robótica, e a automação em geral, seguem uma tendência de crescimento, seja em termos de volume seja em termos de inovação; a robótica colaborativa demanda profissionais capazes de intervir durante a produção para efetuar todas as operações de otimização e ajustes do processo, de modo a reprogramar de forma simples e rápida as tarefas dos robôs para atender as necessidades da produção.  Isso demanda primeiramente requalificar os trabalhadores com formação específica nas novas modalidades de trabalho. Em um contexto mais amplo, onde a tecnologia introduz rapidamente novas práticas de operação, é necessária a preparação antecipada dos trabalhadores do amanhã, prevendo o crescimento do mercado de trabalho no qual a automação e a robótica são as bases da formação profissional”.

Marco Filippis

Marco Filippis

Nesse contexto, reforça Marco Filippis, Gerente de Produtos Robôs para a South Emea da Mitsubishi Electric, “é fundamental gerir a fase de transição, que está conduzindo à robotização massiva dentro da perspectiva dos novos aplicativos. A atenção foca, então, não somente nos aspectos tecnológicos ligados ao conceito de Manufatura Inteligente, mas também naquelas empresas dedicadas ao treinamento e formação de mão de obra. Nessas últimas, o emprego de recursos advindos de subsídios na forma de redução de impostos sobre atividades de treinamento e formação de pessoas não apenas sinaliza claramente esse aspecto fundamental, mas coloca as pessoas como imprescindíveis no processo revolucionário de indústria 4.0”. Sobre o que foi dito, Bruun Henriksen, da On Robot, comenta que “muitas empresas têm dificuldade para encontrar novos colaboradores já qualificados, por isso é importante formar e atualizar o capital humano existente na empresa. Através da formação e atualização se capacita os funcionários atuais para que compreendam que os cobots ali estão para os liberarem de tarefas repetitivas”.

Alberto Pellero

Alberto Pellero

Alberto Pellero, Gerente de Estratégia e Marketing da Kuka Roboter na Itália, convida a voltar um passo na análise:” é preciso saber identificar as competências necessárias nos profissionais que se busca. Lembramos que os cursos de Mecatrônica nas escolas técnicas são amplamente disponíveis atualmente, e que os jovens normalmente possuem uma boa formação de base para serem empregados, seja nas empresas que desenvolvem os sistemas de automação seja nas no cliente final. É fundamental o investimento do estado em instrumentos didáticos de robótica de nível profissional que viabilizem a montagem de laboratórios que repliquem o ambiente industrial real para que os estudantes tenham uma formação atualizada e sólida”. A formação, de fato, não se limita aos trabalhadores existente, mas constitui um caminho bem mais longo que começa na escola. Esta é uma premissa da qual está convencido Redavide da Yaskawa: “É necessário promover o contato direto entre as empresas e os estudantes, para aproximar esses últimos do mundo da robótica real, com cursos bem estruturados e com visitas às empresas, para enriquecer a formação teórica com a experiência prática dos profissionais da industrial. Uma vantagem importante da qualificação dos funcionários, promovendo a capacitação via treinamentos internos na empresa, significa encarar o futuro, valorizando os colaboradores existentes e já familiarizados com o processo produtivo”.

Precisamos compreender os robôs

Investir em capacitação significa não apenas manter empregos, mas sim aprender a conviver com uma nova forma de trabalho. Como explica Filippis, da Mitsubishi Electric, “graças à abordagem inovadora ligada à quarta revolução industrial, o setor da robótica deve influenciar a necessidade de evolução do conceito clássico de robô, de forma a contextualizá-lo na fábrica do futuro. Integração com mais níveis da organização, compartilhamento do espaço de trabalho e simplicidade de utilização são certamente os conceitos chave da nova imagem da robótica, que faz dupla com a tecnologia da inteligência artificial e que aponta para novos cenários de aplicação, evidenciando a flexibilidade do robô. Se, sob a ótica gerencial, a inteligência artificial é considerada como tecnologia que resulta em vantagem competitiva, resultando na criação de novos postos de trabalho, o sentimento comum de quem irá trabalhar lado a lado com os cobots é diferente. É, portanto, fundamental formar e requalificar os colaboradores esclarecendo as potencialidades de um processo inovador inevitável”.
Dömötör, da OptoForce ,ao contrário, prefere enxergar mais imediatamente: “Os robôs tradicionalmente são desenhados para trabalhos repetitivos e atualmente a inteligência artificial ainda não é estritamente necessária, ainda que fará parte da pesquisa e desenvolvimento nos próximos anos. A verdade é que os robôs já são agora inteligentes. Graças à programação os cobots desempenham, sim, tarefas repetitivas, mas podem executar operações muito mais complexas, seguir trajetos diversos e não apenas indo do ponto A ao ponto B, se localizam e podem aprender sobre o ambiente à sua volta. Examinando um robô que deve polir uma superfície, os sensores de pressão (força) semelhantes aos da OptoForce, por exemplo, permitem ao robô encontrar a superfície e calcular a força que deve aplicar na operação”.
Pellero, da Kuka Roboter, vê ainda longe o advento do robô inteligente: “No momento não se pode falar propriamente de inteligência artificial, mas sim de robôs ultra dotados de sensores com câmeras e sensores de força, que permitam a possibilidade de adaptar-se a situações imprevistas. Por outro lado, a possibilidade de modificar o próprio programa de trabalho em função de escolhas autônomas é ainda, direi, futurística”.

Você trabalharia perto de um COBOT?

Confiar a um robô uma série de tarefas repetitivas e perigosas significa afastar o trabalhador humano de perigos conhecidos. Mas não podemos esquecer que os cobots são apenas máquinas e, como tais, podem representar uma fonte potencial de risco, provocando receio nos trabalhadores próximos.
Redavide, da Yaskawa, procura minimizar esse receio, ressaltando sobretudo a normativa em vigor:” A novidade do tema resultou que o mercado, não tendo conhecimento amplo, mas parcial, acumulou uma série de dúvidas e incertezas. Os robôs colaborativos têm sua utilização regulada por rígidas normas de segurança, como por exemplo a ISO 10218-1 (Robôs e seus equipamentos de controle – Requisitos de segurança para robôs industriais). Existe também a norma específica ISO/TS 15066:2016 para o (Projeto de postos de trabalho com robôs colaborativos – Cobots), assim como a ISO 13849-1 (Norma de segurança para máquinas). Precisamos ainda lembrar que a avaliação dos riscos não é associada apenas ao robô em si, mas deve compreender a aplicação como um todo: frequentemente são os elementos acessórios, como as ferramentas acopladas ao robô, que adicionam risco adicional à operação do sistema”.
Um aspecto importante deve ser considerado pelos fabricantes de robôs, convocados a avaliar cada possível risco associado à interação homem-máquina. Daí as considerações de Giordani, da Fanuc, que ressalta o cuidado com cada detalhe desde a concepção original: “Nossos cobots não possuem pontas vivas, são protegidos por uma cobertura macia que amortece impactos eventuais. A velocidade é controlada e o movimento é interrompido por um sistema de frenagem especial quando impactos imprevistos ocorrem. Os robôs são dotados dos mais modernos sensores de movimentação, que sugerem ao robô como se comportar conforme o que surge em seu raio de ação. Paradoxalmente, robôs colaborativos podem ser considerados, de certo modo, mais seguros que os robôs industriais, porque por vezes, devido ao hábito ou por pressa, os trabalhadores não respeitam todos os procedimentos de segurança relativos à operação desses últimos. Os cobots são extremamente confiáveis do ponto de vista da segurança; se adicionarmos a natural cautela inicial, quando o operador adota as medidas de segurança necessárias, podemos pensar que é difícil imaginar uma situação mais segura de interação entre homem e máquina”.
Essa é uma opinião reiterada também por Filippis, da Mitsubishi Electric, que lembra que as empresas “definem três abordagens estratégicas para a colaboração entre o homem e o robô. A primeira abordagem prevê a utilização em atividades de segurança avançada com os robôs padrão Melfa, mediante o emprego da central de controle e segurança. Graças a esse recurso é possível criar áreas colaborativas e trabalhar ocasionalmente em postos abertos, mas com total segurança, mantendo inalterada a produtividade da linha. A segunda abordagem prevê a utilização de barreiras de sensores no entorno de robôs tradicionais, ao tempo que os robôs colaborativos podem operar desprovidos de barreiras, pois irão interromper a movimentação mediante choques mecânicos de forma segura. A última e mais inovadora abordagem diz respeito à introdução dos cobots MelCor, que prevê ampla colaboração com o ser humano, ressaltando como características principais a facilidade e rapidez de start-up, simplicidade de programação e aprendizado da movimentação”.

COBOTS – do projeto à segurança

A segurança deve ser garantida já no momento do concepção, quando os projetistas avaliam cada possível risco físico. Contudo, situações bem diversas podem acontecer quando se instala o robô na linha de produção. Um exemplo são os possíveis ataques cibernéticos, como já foi registrado pelo Instituto Politécnico de Milão. Cabe, portanto, ao fornecedor do robô e ao integrador de sistemas, o compromisso de proteger os robôs contra os ataques de hackers? Sobre essa questão, Cocchi, da Universal Robots afirma: “A nenhum dos dois. Ou, melhor dizendo, a todos os envolvidos direta ou indiretamente, incluindo o cliente final do robô. Os robôs, de qualquer tipo, estão tão seguros quanto for a rede Intranet da empresa. Os integradores criam aplicações seguras que são posteriormente depuradas e colocadas em funcionamento junto ao cliente. Contudo, se a rede do cliente não é protegida, intrusos mal-intencionados poderão ter acesso fácil e causar prejuízos. A responsabilidade de proteger o robô recai então no cliente e usuário da máquina”. Compartilha desta opinião, Pellero, da Kuka Roboter: “O robô é apenas um componente no sistema, e a segurança cibernética deve cuidar da planta produtiva como um todo, sobretudo com relação às conexões em nuvem com aplicações de análise de dados e programas de manutenção preditiva, conceitos fundamentais da indústria 4.0”.

Funcionamento contínuo

Sugerindo os próprios robôs colaborativos, os fabricantes ressaltam, entre outras vantagens, a confiabilidade e a capacidade de trabalhar 24/7. Não podemos, contudo, negligenciar que as máquinas possuem uma vida limitada e que podem falhar. As consequências associadas a falhas devem ser antecipadas e evitadas por meio da manutenção adequada. Ferrato, da Abb, lembra que “a correta manutenção dos robôs é fundamental por diversas razões, entre as quais segurança e produtividade. Com esse objetivo, a Abb dotou todos os robôs, sejam tradicionais ou colaborativos, de um sistema de monitoração remota baseado na nuvem, de forma a registrar qualquer anomalia detectada nas máquinas de todo o parque instalado, independentemente de se tratar de falhas que impedem o funcionamento ou de simples alarmes de possíveis problemas futuros. Isso permite programar intervenções para manutenção preventiva e preditiva, sabendo-se de antemão a natureza do reparo a ser feito e evitando situações de parada por falha”. De resto, como explica Giordani, da Fanuc, “a manutenção é imprescindível: devemos coletar os dados relativos ao funcionamento do robô, analisar para entender se o mesmo está trabalhando de modo eficiente, efetuar as intervenções corretivas necessárias e programar manutenções de forma a não parar a produção. Os resultados sobre a eficiência dos robôs são facilmente mensurados pela grande quantidade de dados fornecidos pelos equipamentos. A Fanuc desenvolveu recentemente a ferramenta ZDT: trata-se de um sistema integrado que ativa a monitoração remota dos robôs via nuvem, e eventuais problemas no funcionamento são detectados e o sistema aponta melhorias a serem feitas na programação por ocasião de paradas para manutenção. Uma comodidade dessa solução é que o cliente não necessita preparar profissionais especialistas para determinar se existem problemas, visto que técnicos qualificados na análise de desempenho acompanham e fazem o diagnóstico remotamente. Não devemos esquecer que, para usufruir o máximo desempenho dos robôs, é necessário controlar seu “estado de saúde” antes que os problemas se apresentem”.

Os COBOTS e o futuro

Há décadas, os robôs têm provocado a fantasia do homem, que os imaginou com capacidades extraordinárias. Algumas dessas capacidades hoje são reais, mas é interessante antever o que o futuro reserva para as aplicações industriais. Um futuro possível, segundo Cocchi, da Universal Robots, inclui a evolução das capacidades atuais: “Além das ferramentas padrão, como os dispositivos de manipulação e os sistemas de visão, evoluiremos também na área dos sensores, de modo a aumentar sensivelmente a taxa de colaboração homem-máquina em todas as áreas de aplicação”. Pellero, da Kuka Roboter, correlaciona as tecnologias de comunicação e informação com a robótica, prevendo um maior emprego da “conectividade e de todas as aplicações na nuvem decorrentes, de Machine learning à manutenção preditiva, assim como a nascente robótica móvel, que amplia os horizontes de aplicação da robótica, permitindo-lhe agir em ambientes amplos, improvisados e mesmos assim mantendo a segurança”.
Dömötör ,da OptoForce, prefere imaginar além: “Os robôs colaborativos poderiam ser ainda mais inteligentes, graças ao Machine learning. Por exemplo, uma vez posicionados em um ambiente, esses poderiam, de maneira autônoma, aprender onde se encontram os objetos e compreender quando esses objetos estão fora do lugar apropriado, seguir objetos que se movem e aprender de situações anteriores. Desse modo, evoluiremos de robôs substancialmente cegos a robôs capazes de ver o ambiente e aprender a mover-se nos mesmos, autonomamente”.   
Para Ferrato, da Abb, por outro lado, a próxima fronteira é baseada na flexibilidade, que constitui “uma exigência fundamental da produção no âmbito da robótica colaborativa. Isso se concretizará primeiramente com a facilidade de programação. Em segundo lugar, um robô colaborativo flexível deve ser capaz de adaptar seu comportamento às alterações do contexto externo pelos sensores encarregados de fazer o reconhecimento da presença de pessoas, e assim resguardá-las. Sistemas de visão que permitirão direcionar as pinças e manipuladores de peças serão em breve complementos indispensáveis”.
É ainda distante o momento no qual, como afirmou Issac Asimov, “os braços de aço cromado do robô, capazes de dobrar uma barra de aço de 6 cm de diâmetro, abraçarão uma criança delicadamente, amorosamente e seus olhos brilharão com um vermelho intenso”. Contudo, ter um colega de nome cobot já é uma realidade.
Eduardo Grachten

Fonte - Automazione Industriale No. 260 - https://www.automazioneindustriale.com/

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Fonte – Automazione Industriale No. 260 – https://www.automazioneindustriale.com/

Os COBOTS – Robôs Colaborativos – estão cada dia mais presentes no processo produtivo. Encontramos os principais fabricantes do setor para entender essa novidade e suas consequências no ambiente de trabalho.

Na Itália, já existe um robô para cada 62,5 operários. Trata-se de um número significativo, sobretudo se comparado aos 150 robôs por operário na Espanha e aos 127 por operário na França. Esses números, contudo, podem sugerir para um risco de saturação de mercado.

Alessio Cocchi

Alessio Cocchi

Um risco que, segundo Alessio Cocchi, Gerente de Vendas na Universal Robots da Itália, neste momento não existe: “Devemos fazer uma distinção entre os robôs industriais, que representam hoje a maioria dos robôs operando no parque industrial, e os robôs colaborativos. Para esses últimos, conforme pesquisas recentes, a taxa de crescimento será exponencial. Sendo coerente com os números apurados, também o número de robôs industriais continuará a crescer no parque industrial, mas a taxas inferiores em comparação aos colaborativos.”

Uma visão também otimista é aquela de Ákos Dömötör, CEO

Ákos Dömötör

Ákos Dömötör

da OptoForce: “Existe ainda amplo espaço para o crescimento desse mercado. O crescimento do número de robôs colaborativos tem sido grande, na faixa de 5 a 10% ao ano, se comparado com o crescimento do mercado de robôs industriais, graças à flexibilidade de aplicações colaborativas: a demanda de novos robôs colaborativos é crescente, mas depende também do setor industrial. A ampla adoção dos cobots é devida a diversos fatores, desde a simplicidade de programação até a flexibilidade e inteligência que facilita a operação nas empresas. Em ambientes estruturados e organizados, os cobots possuem alto grau de sinergia no trabalho com os seres humanos, e não há dúvidas que a tendência de crescimento se manterá constante no futuro”.

Kenneth Bruun Henriksen

Kenneth Bruun Henriksen

É um sucesso de mercado, como confirma Kenneth Bruun Henriksen, Gerente de vendas para a Europa da On Robot, baseado no fato de que as aplicações colaborativas “continuarão a guiar o crescimento do setor, graças também ao seu curto período de amortização. As aplicações colaborativas são o instrumento de automação ideal para os fabricantes dispostos a superar a concorrência. Os motivos para sua utilização são a implementação flexível, a facilidade de gestão, a alta segurança e a programação fácil, que reduz custos”.

Thomas Visti

Thomas Visti

Thomas Visti, CEO da Mir, ressalta por outro lado, as peculiaridades do mercado italiano: “Apesar de boa parte da produção industrial atualmentej á se encontrar  automatizada, existem ainda muitas atividades que podem ser automatizadas nos processos internos. Valendo-se de cobots móveis, como são os produtos da Mir, a movimentação de materiais e insumos dentro da área de produção e entre a produção e área de armazenamento são apenas alguns exemplos de aplicações para a automação utilizando robôs”.

A logística operada por COBOTS

Alessandro Redavide

Alessandro Redavide

A observação dos indicadores na área de serviço como logística revela que o número de robôs em 2016 aumentou 30% em relação ao ano anterior. Números que, como lembra Alessandro Redavide, Gerente de Marketing & Comunicação da Yaskawa, são relacionados ao fato de que “as solicitações personalizadas tiveram efeito significativo sobre a logística, que atende pedidos cada dia mais variados. Por consequência, assistimos uma evolução dentro da ótica da indústria 4.0 nesse setor, que adota e continuará adotando soluções como a utilização de robôs e automação para garantir e melhorar o desempenho em tarefas repetitivas e na movimentação de cargas”. Também por essa razão, ressalta Visti da Mir, “pensamos que os robôs móveis autônomos, ou AMR (Autonomous Mobile Robot), são o futuro desse setor. Por muito tempo se observou que a única opção para o transporte automatizado vinha sendo a utilização de AGV (Automated Guided Vehicles), robôs que se movimentam por longos percursos fixos e conduzidos por cabos ou sensores, sem a possibilidade de contornar obstáculos. Isso resultou em baixa flexibilidade e funcionalidade e, não raro, também em alto custo, para não mencionar as paradas de produção devido à manutenção de cabos e sensores. Os AMR, por outro lado, graças à capacidade de moverem-se livremente em ambientes dinâmicos, baseando-se apenas nos mapas registrados em suas memórias, representam uma revolução nesse setor. Apesar de possuírem softwares mais avançados que os tradicionais AGV, o custo de introdução e setup é muito inferior, considerando que não é necessário instalar guias físicos no ambiente no qual o robô opera. Utilizando uma interface simples, fácil de operar mesmo por quem não possui experiência em programação, o operador pode efetuar outras tarefas enquanto o robô irá calcular trajetos alternativos e mais otimizados evitando obstáculos imprevistos em seu percurso”.

Revolução do trabalho

Como toda revolução, também a maciça utilização de robôs colaborativos terá efeito sobre o mercado de trabalho e sobre o índice de ocupação. E não faltam preocupações sobre os possíveis efeitos negativos no número de postos de trabalho. Esse é um temor não compartilhado pelas equipes da Universal Robots: “Aquilo que estamos verificando, e que diversas pesquisas internacionais confirmam, é que o uso de robôs colaborativos não conduz à redução de postos de trabalho, mas à uma valorização em duas possíveis direções. De um lado, os operários podem ser aliviados das tarefas mais pesadas, rotineiras ou entediantes, para dedicarem-se a funções diversas e mais criativas. De outro lado, o trabalho colaborativo permite a aquisição de habilidades por parte daqueles que operam equipamentos inteligentes, como são os cobots da UR. Isso tem um efeito específico: restitui ao operador o controle sobre o processo e enriquece o perfil do mesmo”.
Essa opinião é compartilhada por Dömötör da OptoForce: “os robôs colaborativos não são vistos como uma ameaça de substituir o trabalhador, mas como um instrumento que permite mantê-lo. Graças à utilização de cobots, que realizam as tarefas tediosas e repetitivas e são extremamente flexíveis em sua programação, as pessoas podem aumentar sua eficiência e trabalhar de modo proativo e estimulante. O emprego de cobots permite às empresas manter constante a produção em qualquer situação, mesmo quando acontecem solicitações não planejadas de aumento de produção, sem aumentar gastos com a alocação de recursos extras que encarecem os custos de produção”.
Adicionalmente, Visti da Mir ressalta os aspectos positivos dessa revolução, capaz de realmente valorizar as competências das pessoas: “Nossos robôs, assim como muitos outros robôs colaborativos em geral, têm um efeito positivo no trabalho, na medida em que não são concebidos para substituir as pessoas, mas para liberá-las de tarefas duras e pouco nobres. Colocando lado a lado robôs autônomos e pessoas, significa obter o melhor de dois mundos: de um lado a precisão dos incansáveis robôs, de outro a inteligência, a destreza e a adaptabilidade dos humanos, que podem ser aproveitados em atividades de mais alto valor”.

Nicola Giordani

Nicola Giordani

Nicola Giordani, Executivo de vendas de Robôs da Fanuc na Itália, compartilha da opinião dos colegas, acrescentando que “a mudança pode criar resistência, sobretudo naqueles menos flexíveis e menos abertos à inovação, mas não por isso será rejeitada. Os robôs, sem dúvida, representam uma vantagem competitiva para a produtividade das empresas e, sobretudo no caso da robótica colaborativa, uma oportunidade para empregar as pessoas em tarefas variadas e mais qualificadoras. Não acreditamos que a difusão dos robôs levará a um colapso da ocupação na indústria; pelo contrário, prevemos que os trabalhadores que se ocupam hoje de tarefas repetitivas e pouco gratificantes poderão ser reconduzidos a atividades de supervisão ou dedicarem-se a atividades ainda difíceis de automatizar. É evidente que, com o aumento da complexidade dos processos produtivos, se ampliará a busca por profissionais capacitados em competências específicas no âmbito da programação e na análise de Big Data e de Inteligência de Negócios (BI). Trata-se de repensar as competências buscando adaptar-se às novas oportunidades e, claro, para tanto é necessário estar aberto à mudança. Acreditamos na necessidade de investir não apenas em tecnologia, mas também na formação de pessoas, pois uma fábrica super tecnológica não poderá existir sem pessoas qualificadas e capazes de manter a operação com altos índices de produtividade”.

Prontos para gerenciar a transição?

Ainda que todos os entrevistados ressaltem a necessidade de estar aberto à inovação e ser flexível, não podemos esquecer que essa predisposição representa apenas o primeiro passo para a transformação dos trabalhadores, aos quais devem ser apresentados planos de crescimento profissional.

Oscar Ferrato

Oscar Ferrato

Nessa linha, pensa Oscar Ferrato, Gerente de Produtos de Collaborative Robots para a Itália na Abb: “A robótica, e a automação em geral, seguem uma tendência de crescimento, seja em termos de volume seja em termos de inovação; a robótica colaborativa demanda profissionais capazes de intervir durante a produção para efetuar todas as operações de otimização e ajustes do processo, de modo a reprogramar de forma simples e rápida as tarefas dos robôs para atender as necessidades da produção.  Isso demanda primeiramente requalificar os trabalhadores com formação específica nas novas modalidades de trabalho. Em um contexto mais amplo, onde a tecnologia introduz rapidamente novas práticas de operação, é necessária a preparação antecipada dos trabalhadores do amanhã, prevendo o crescimento do mercado de trabalho no qual a automação e a robótica são as bases da formação profissional”.

Marco Filippis

Marco Filippis

Nesse contexto, reforça Marco Filippis, Gerente de Produtos Robôs para a South Emea da Mitsubishi Electric, “é fundamental gerir a fase de transição, que está conduzindo à robotização massiva dentro da perspectiva dos novos aplicativos. A atenção foca, então, não somente nos aspectos tecnológicos ligados ao conceito de Manufatura Inteligente, mas também naquelas empresas dedicadas ao treinamento e formação de mão de obra. Nessas últimas, o emprego de recursos advindos de subsídios na forma de redução de impostos sobre atividades de treinamento e formação de pessoas não apenas sinaliza claramente esse aspecto fundamental, mas coloca as pessoas como imprescindíveis no processo revolucionário de indústria 4.0”. Sobre o que foi dito, Bruun Henriksen, da On Robot, comenta que “muitas empresas têm dificuldade para encontrar novos colaboradores já qualificados, por isso é importante formar e atualizar o capital humano existente na empresa. Através da formação e atualização se capacita os funcionários atuais para que compreendam que os cobots ali estão para os liberarem de tarefas repetitivas”.

Alberto Pellero

Alberto Pellero

Alberto Pellero, Gerente de Estratégia e Marketing da Kuka Roboter na Itália, convida a voltar um passo na análise:” é preciso saber identificar as competências necessárias nos profissionais que se busca. Lembramos que os cursos de Mecatrônica nas escolas técnicas são amplamente disponíveis atualmente, e que os jovens normalmente possuem uma boa formação de base para serem empregados, seja nas empresas que desenvolvem os sistemas de automação seja nas no cliente final. É fundamental o investimento do estado em instrumentos didáticos de robótica de nível profissional que viabilizem a montagem de laboratórios que repliquem o ambiente industrial real para que os estudantes tenham uma formação atualizada e sólida”. A formação, de fato, não se limita aos trabalhadores existente, mas constitui um caminho bem mais longo que começa na escola. Esta é uma premissa da qual está convencido Redavide da Yaskawa: “É necessário promover o contato direto entre as empresas e os estudantes, para aproximar esses últimos do mundo da robótica real, com cursos bem estruturados e com visitas às empresas, para enriquecer a formação teórica com a experiência prática dos profissionais da industrial. Uma vantagem importante da qualificação dos funcionários, promovendo a capacitação via treinamentos internos na empresa, significa encarar o futuro, valorizando os colaboradores existentes e já familiarizados com o processo produtivo”.

Precisamos compreender os robôs

Investir em capacitação significa não apenas manter empregos, mas sim aprender a conviver com uma nova forma de trabalho. Como explica Filippis, da Mitsubishi Electric, “graças à abordagem inovadora ligada à quarta revolução industrial, o setor da robótica deve influenciar a necessidade de evolução do conceito clássico de robô, de forma a contextualizá-lo na fábrica do futuro. Integração com mais níveis da organização, compartilhamento do espaço de trabalho e simplicidade de utilização são certamente os conceitos chave da nova imagem da robótica, que faz dupla com a tecnologia da inteligência artificial e que aponta para novos cenários de aplicação, evidenciando a flexibilidade do robô. Se, sob a ótica gerencial, a inteligência artificial é considerada como tecnologia que resulta em vantagem competitiva, resultando na criação de novos postos de trabalho, o sentimento comum de quem irá trabalhar lado a lado com os cobots é diferente. É, portanto, fundamental formar e requalificar os colaboradores esclarecendo as potencialidades de um processo inovador inevitável”.
Dömötör, da OptoForce ,ao contrário, prefere enxergar mais imediatamente: “Os robôs tradicionalmente são desenhados para trabalhos repetitivos e atualmente a inteligência artificial ainda não é estritamente necessária, ainda que fará parte da pesquisa e desenvolvimento nos próximos anos. A verdade é que os robôs já são agora inteligentes. Graças à programação os cobots desempenham, sim, tarefas repetitivas, mas podem executar operações muito mais complexas, seguir trajetos diversos e não apenas indo do ponto A ao ponto B, se localizam e podem aprender sobre o ambiente à sua volta. Examinando um robô que deve polir uma superfície, os sensores de pressão (força) semelhantes aos da OptoForce, por exemplo, permitem ao robô encontrar a superfície e calcular a força que deve aplicar na operação”.
Pellero, da Kuka Roboter, vê ainda longe o advento do robô inteligente: “No momento não se pode falar propriamente de inteligência artificial, mas sim de robôs ultra dotados de sensores com câmeras e sensores de força, que permitam a possibilidade de adaptar-se a situações imprevistas. Por outro lado, a possibilidade de modificar o próprio programa de trabalho em função de escolhas autônomas é ainda, direi, futurística”.

Você trabalharia perto de um COBOT?

Confiar a um robô uma série de tarefas repetitivas e perigosas significa afastar o trabalhador humano de perigos conhecidos. Mas não podemos esquecer que os cobots são apenas máquinas e, como tais, podem representar uma fonte potencial de risco, provocando receio nos trabalhadores próximos.
Redavide, da Yaskawa, procura minimizar esse receio, ressaltando sobretudo a normativa em vigor:” A novidade do tema resultou que o mercado, não tendo conhecimento amplo, mas parcial, acumulou uma série de dúvidas e incertezas. Os robôs colaborativos têm sua utilização regulada por rígidas normas de segurança, como por exemplo a ISO 10218-1 (Robôs e seus equipamentos de controle – Requisitos de segurança para robôs industriais). Existe também a norma específica ISO/TS 15066:2016 para o (Projeto de postos de trabalho com robôs colaborativos – Cobots), assim como a ISO 13849-1 (Norma de segurança para máquinas). Precisamos ainda lembrar que a avaliação dos riscos não é associada apenas ao robô em si, mas deve compreender a aplicação como um todo: frequentemente são os elementos acessórios, como as ferramentas acopladas ao robô, que adicionam risco adicional à operação do sistema”.
Um aspecto importante deve ser considerado pelos fabricantes de robôs, convocados a avaliar cada possível risco associado à interação homem-máquina. Daí as considerações de Giordani, da Fanuc, que ressalta o cuidado com cada detalhe desde a concepção original: “Nossos cobots não possuem pontas vivas, são protegidos por uma cobertura macia que amortece impactos eventuais. A velocidade é controlada e o movimento é interrompido por um sistema de frenagem especial quando impactos imprevistos ocorrem. Os robôs são dotados dos mais modernos sensores de movimentação, que sugerem ao robô como se comportar conforme o que surge em seu raio de ação. Paradoxalmente, robôs colaborativos podem ser considerados, de certo modo, mais seguros que os robôs industriais, porque por vezes, devido ao hábito ou por pressa, os trabalhadores não respeitam todos os procedimentos de segurança relativos à operação desses últimos. Os cobots são extremamente confiáveis do ponto de vista da segurança; se adicionarmos a natural cautela inicial, quando o operador adota as medidas de segurança necessárias, podemos pensar que é difícil imaginar uma situação mais segura de interação entre homem e máquina”.
Essa é uma opinião reiterada também por Filippis, da Mitsubishi Electric, que lembra que as empresas “definem três abordagens estratégicas para a colaboração entre o homem e o robô. A primeira abordagem prevê a utilização em atividades de segurança avançada com os robôs padrão Melfa, mediante o emprego da central de controle e segurança. Graças a esse recurso é possível criar áreas colaborativas e trabalhar ocasionalmente em postos abertos, mas com total segurança, mantendo inalterada a produtividade da linha. A segunda abordagem prevê a utilização de barreiras de sensores no entorno de robôs tradicionais, ao tempo que os robôs colaborativos podem operar desprovidos de barreiras, pois irão interromper a movimentação mediante choques mecânicos de forma segura. A última e mais inovadora abordagem diz respeito à introdução dos cobots MelCor, que prevê ampla colaboração com o ser humano, ressaltando como características principais a facilidade e rapidez de start-up, simplicidade de programação e aprendizado da movimentação”.

COBOTS – do projeto à segurança

A segurança deve ser garantida já no momento do concepção, quando os projetistas avaliam cada possível risco físico. Contudo, situações bem diversas podem acontecer quando se instala o robô na linha de produção. Um exemplo são os possíveis ataques cibernéticos, como já foi registrado pelo Instituto Politécnico de Milão. Cabe, portanto, ao fornecedor do robô e ao integrador de sistemas, o compromisso de proteger os robôs contra os ataques de hackers? Sobre essa questão, Cocchi, da Universal Robots afirma: “A nenhum dos dois. Ou, melhor dizendo, a todos os envolvidos direta ou indiretamente, incluindo o cliente final do robô. Os robôs, de qualquer tipo, estão tão seguros quanto for a rede Intranet da empresa. Os integradores criam aplicações seguras que são posteriormente depuradas e colocadas em funcionamento junto ao cliente. Contudo, se a rede do cliente não é protegida, intrusos mal-intencionados poderão ter acesso fácil e causar prejuízos. A responsabilidade de proteger o robô recai então no cliente e usuário da máquina”. Compartilha desta opinião, Pellero, da Kuka Roboter: “O robô é apenas um componente no sistema, e a segurança cibernética deve cuidar da planta produtiva como um todo, sobretudo com relação às conexões em nuvem com aplicações de análise de dados e programas de manutenção preditiva, conceitos fundamentais da indústria 4.0”.

Funcionamento contínuo

Sugerindo os próprios robôs colaborativos, os fabricantes ressaltam, entre outras vantagens, a confiabilidade e a capacidade de trabalhar 24/7. Não podemos, contudo, negligenciar que as máquinas possuem uma vida limitada e que podem falhar. As consequências associadas a falhas devem ser antecipadas e evitadas por meio da manutenção adequada. Ferrato, da Abb, lembra que “a correta manutenção dos robôs é fundamental por diversas razões, entre as quais segurança e produtividade. Com esse objetivo, a Abb dotou todos os robôs, sejam tradicionais ou colaborativos, de um sistema de monitoração remota baseado na nuvem, de forma a registrar qualquer anomalia detectada nas máquinas de todo o parque instalado, independentemente de se tratar de falhas que impedem o funcionamento ou de simples alarmes de possíveis problemas futuros. Isso permite programar intervenções para manutenção preventiva e preditiva, sabendo-se de antemão a natureza do reparo a ser feito e evitando situações de parada por falha”. De resto, como explica Giordani, da Fanuc, “a manutenção é imprescindível: devemos coletar os dados relativos ao funcionamento do robô, analisar para entender se o mesmo está trabalhando de modo eficiente, efetuar as intervenções corretivas necessárias e programar manutenções de forma a não parar a produção. Os resultados sobre a eficiência dos robôs são facilmente mensurados pela grande quantidade de dados fornecidos pelos equipamentos. A Fanuc desenvolveu recentemente a ferramenta ZDT: trata-se de um sistema integrado que ativa a monitoração remota dos robôs via nuvem, e eventuais problemas no funcionamento são detectados e o sistema aponta melhorias a serem feitas na programação por ocasião de paradas para manutenção. Uma comodidade dessa solução é que o cliente não necessita preparar profissionais especialistas para determinar se existem problemas, visto que técnicos qualificados na análise de desempenho acompanham e fazem o diagnóstico remotamente. Não devemos esquecer que, para usufruir o máximo desempenho dos robôs, é necessário controlar seu “estado de saúde” antes que os problemas se apresentem”.

Os COBOTS e o futuro

Há décadas, os robôs têm provocado a fantasia do homem, que os imaginou com capacidades extraordinárias. Algumas dessas capacidades hoje são reais, mas é interessante antever o que o futuro reserva para as aplicações industriais. Um futuro possível, segundo Cocchi, da Universal Robots, inclui a evolução das capacidades atuais: “Além das ferramentas padrão, como os dispositivos de manipulação e os sistemas de visão, evoluiremos também na área dos sensores, de modo a aumentar sensivelmente a taxa de colaboração homem-máquina em todas as áreas de aplicação”. Pellero, da Kuka Roboter, correlaciona as tecnologias de comunicação e informação com a robótica, prevendo um maior emprego da “conectividade e de todas as aplicações na nuvem decorrentes, de Machine learning à manutenção preditiva, assim como a nascente robótica móvel, que amplia os horizontes de aplicação da robótica, permitindo-lhe agir em ambientes amplos, improvisados e mesmos assim mantendo a segurança”.
Dömötör ,da OptoForce, prefere imaginar além: “Os robôs colaborativos poderiam ser ainda mais inteligentes, graças ao Machine learning. Por exemplo, uma vez posicionados em um ambiente, esses poderiam, de maneira autônoma, aprender onde se encontram os objetos e compreender quando esses objetos estão fora do lugar apropriado, seguir objetos que se movem e aprender de situações anteriores. Desse modo, evoluiremos de robôs substancialmente cegos a robôs capazes de ver o ambiente e aprender a mover-se nos mesmos, autonomamente”.   
Para Ferrato, da Abb, por outro lado, a próxima fronteira é baseada na flexibilidade, que constitui “uma exigência fundamental da produção no âmbito da robótica colaborativa. Isso se concretizará primeiramente com a facilidade de programação. Em segundo lugar, um robô colaborativo flexível deve ser capaz de adaptar seu comportamento às alterações do contexto externo pelos sensores encarregados de fazer o reconhecimento da presença de pessoas, e assim resguardá-las. Sistemas de visão que permitirão direcionar as pinças e manipuladores de peças serão em breve complementos indispensáveis”.
É ainda distante o momento no qual, como afirmou Issac Asimov, “os braços de aço cromado do robô, capazes de dobrar uma barra de aço de 6 cm de diâmetro, abraçarão uma criança delicadamente, amorosamente e seus olhos brilharão com um vermelho intenso”. Contudo, ter um colega de nome cobot já é uma realidade.
Eduardo Grachten

Fonte - Automazione Industriale No. 260 - https://www.automazioneindustriale.com/

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Por que a telemetria de água e esgoto é importante? Se você reside em um dos 5.570 municípios brasileiros este assunto é importante para você. Quando em uma cidade a população é quem avisa a empresa de águas do município sobre a falta de água, isso provavelmente se dá pelo fato de o município não possuir um sistema de telemetria de água e esgoto.

E o que é a Telemetria de Água e Esgoto?

Trata-se de um sistema eletrônico de automação, monitoração e controle dos reservatórios e estações elevatórias de água e esgoto, ETAs (Estações de Tratamento de Água), ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) e demais pontos de interesse como Boosters (Estações de Pressurização), VRPs (Válvulas Reguladoras de Pressão) e pontos de medição de pressão e vazão da rede de distribuição de água tratada. Todo o controle se dá no CCO (Centro de Controle e Operação).

Como funciona o CCO (Centro de Controle e Operação)?

Dotado de computadores e monitores, o CCO permite que a equipe de operação supervisione e controle o funcionamento de todo o sistema de abastecimento de água do município. Do centro de operações é possível comandar de forma automática e manual o funcionamento de elevatórias, reservatórios, boosters, válvulas, comportas, macro medidores de vazão e qualquer outro dispositivo eletromecânico. Toda a comunicação se dá via rádio.

10 motivos para implantar a Telemetria de Água e Esgoto em sua cidade

Motivo 1 – Garantir o abastecimento


Em uma cidade que não possui o sistema de telemetria de água e esgoto, é a população que avisa a companhia de saneamento quando falta água em um bairro. A população percebe que faltou água quando a caixa d’água da casa esgota o conteúdo. Contudo, muito antes disso o reservatório do bairro secou porque a estação elevatória parou de bombear ou a adutora rompeu. Se existisse um sistema de telemetria no município, o problema na elevatória ou na adutora seriam alarmados imediatamente, dando tempo para a equipe de manutenção restabelecer o abastecimento antes mesmo que a população perceba a falta d’água.

Motivo 2 – Antecipar situações de falha

O sistema de telemetria pode detectar problemas em motores, como vibração excessiva, sobre-temperatura e consumo anormal de energia. O sistema pode também perceber vazamentos que antecedem rupturas de adutoras pela diferença de vazões e por quedas em pressão, ou mesmo pela curva de enchimento e esvaziamento de reservatórios. Estas são algumas das formas de detectar problemas e antecipar a manutenção, minimizando custos e evitando situações de desabastecimento.

Motivo 3 – Minimizar perdas

Muitas cidades brasileiras apresentam perdas que vão de 20% a mais de 50%. Digamos que em uma cidade a perda seja de 50%, isto significa que para cada dois litros de água tratados apenas um é recebido pela população e faturado pela empresa de saneamento. As perdas podem ser reais ou aparentes. Perda real é aquela devida a vazamentos. Perda aparente é aquela devida a medições errôneas ou furto de água. A setorização da distribuição e utilização de macro medidores de vazão auxilia na busca das perdas. O valor macro medido é comparado com a medição dos hidrômetros e o trabalho de “caça” às perdas é priorizado nos bairros onde a perda é maior. Os macro medidores de vazão podem e devem fazer parte do sistema de telemetria.

Motivos 4 – Detectar rupturas de adutoras

Pela medição de pressão da rede é possível perceber quando um vazamento de adutora acontece. No monitor do CCO (Centro de Controle e Operação) a queda da pressão é imediatamente alarmada e os valores da pressão são registrados em gráficos históricos para posterior investigação das causas da ruptura.

Motivo 5 – Equilibrar a distribuição de água


Não são poucos os municípios que sofrem do problema de abastecimento por baixa produção de água tratada. Isso acontece quando os mananciais estão acusando baixos níveis ou quando acontecem chuvas que aumentam as partículas em suspensão e dificultam o tratamento nas ETAs (Estações de Tratamento de Água). Quando o consumo é maior que a produção é necessário equilibrar a distribuição, desviando água de bairros mais abastecidos para regiões mais desabastecidas. Isso é feito monitorando níveis de reservatório e pressões de rede, e desligando elevatórias que abastecem reservatório que estão mais abastecidos de forma a sobrar mais água para os mais críticos.

Motivo 6 – Minimizar custos com energia elétrica

O sistema de telemetria permite controlar as elevatórias de água e esgoto de forma a minimizar ou interromper o funcionamento das mesmas durante o horário de ponta. Com isso pode-se contratar regimes de fornecimento de energia com bandeiras tarifárias econômicas resultando em minimização do custo com energia elétrica. Outro fator que contribui para a diminuição do custo da energia elétrica é a diminuição das perdas reais. Quando as perdas são minimizadas, a produção de água pode ser diminuída, e menos água é bombeada, resultando em menor consumo elétrico.

Motivo 7 – Minimizar custos com pessoas

SEMAE DE SÃO LEOPOLDO - TELEMETRIANão é incomum, ainda hoje, encontrarmos municípios em que o nível dos reservatórios é mantido por funcionários residentes ou em regime de turnos nas estações elevatórias e reservatórios. Existem também as situações em que o nível dos reservatórios é mantido por um funcionário que visita cada um para medir o nível, e liga ou desliga a elevatória correspondente. Em cidades que possuem sistemas de telemetria de água e esgoto, pode-se minimizar o número de pessoas envolvidas na operação da distribuição de água pois todo o controle se dá no CCO (Centro de Controle e Operação) com uma equipe reduzida.

Motivo 8 – Minimizar custos com insumos químicos

No momento em que as perdas são minimizadas, menos água é produzida para um mesmo consumo do município. Menor produção de água resulta em menor consumo de produtos químicos.

Motivo 9 – Detectar invasões e roubo

A instalação de painéis de telemetria em cada elevatória e cada reservatório permite acoplar detectores de presença e switches em portas e janelas das instalações. Com este tipo de recurso a tentativa de invasão é imediatamente detectada e providências podem ser tomadas para impedir o sucesso dos ladrões.

Motivo 10 – Detectar falta de energia

Muito antes das empresas de energia tomarem conhecimento pela população sobre um problema de interrupção no fornecimento, o sistema de telemetria detecta a situação pois os painéis de telemetria normalmente são dotados de sistemas ininterruptos de energia (no-break) que sustenta o funcionamento do painel por alguma horas. Durante a falta de energia a unidade remota continua mohttp://www.alfacomp.ind.br/paineis-de-telemetrianitorando parâmetros hidráulicos e elétricos e transmitindo as leitura para o CCO. A falta de energia é reportada à concessionária de distribuição de energia elétrica para que providências sejam tomadas no sentido do restabelecimento do fornecimento.

Conclusão

O Sistema de Telemetria de Água e Esgoto monitora em tempo real o funcionamento de estações elevatórias, reservatórios, medidores de vazão e demais dispositivos elétricos e hidráulicos do sistema, armazena e apresenta dados históricos sobre a qualidade do abastecimento, alarma vazamentos, falhas de operação, falhas de equipamentos, intrusões, valores anormais de níveis, pressões e vazões, previne e minimiza perdas. Enfim, garante a qualidade dos serviços prestados pela empresa de saneamento do município. Os primeiros sistemas de telemetria foram implantados há mais de 20 anos. Nos municípios onde o sistema existe, a sua necessidade passa a ser percebida como imprescindível. Por outro lado, ainda são muitas a cidades desprovidas desta tecnologia. Isso se deve principalmente à falta de conhecimento sobre os benefícios do sistema.

Conheça a telemetria implantada em São Leopoldo – RS

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Dotado de computadores e monitores, o CCO permite que a equipe de operação supervisione e controle o funcionamento de todo o sistema de abastecimento de água do município. Do centro de operações é possível comandar de forma automática e manual o funcionamento de elevatórias, reservatórios, boosters, válvulas, comportas, macro medidores de vazão e qualquer outro dispositivo eletromecânico. Toda a comunicação se dá via rádio.

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Muitas cidades brasileiras apresentam perdas que vão de 20% a mais de 50%. Digamos que em uma cidade a perda seja de 50%, isto significa que para cada dois litros de água tratados apenas um é recebido pela população e faturado pela empresa de saneamento. As perdas podem ser reais ou aparentes. Perda real é aquela devida a vazamentos. Perda aparente é aquela devida a medições errôneas ou furto de água. A setorização da distribuição e utilização de macro medidores de vazão auxilia na busca das perdas. O valor macro medido é comparado com a medição dos hidrômetros e o trabalho de “caça” às perdas é priorizado nos bairros onde a perda é maior. Os macro medidores de vazão podem e devem fazer parte do sistema de telemetria.

Motivos 4 – Detectar rupturas de adutoras

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Motivo 5 – Equilibrar a distribuição de água


Não são poucos os municípios que sofrem do problema de abastecimento por baixa produção de água tratada. Isso acontece quando os mananciais estão acusando baixos níveis ou quando acontecem chuvas que aumentam as partículas em suspensão e dificultam o tratamento nas ETAs (Estações de Tratamento de Água). Quando o consumo é maior que a produção é necessário equilibrar a distribuição, desviando água de bairros mais abastecidos para regiões mais desabastecidas. Isso é feito monitorando níveis de reservatório e pressões de rede, e desligando elevatórias que abastecem reservatório que estão mais abastecidos de forma a sobrar mais água para os mais críticos.

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O sistema de telemetria permite controlar as elevatórias de água e esgoto de forma a minimizar ou interromper o funcionamento das mesmas durante o horário de ponta. Com isso pode-se contratar regimes de fornecimento de energia com bandeiras tarifárias econômicas resultando em minimização do custo com energia elétrica. Outro fator que contribui para a diminuição do custo da energia elétrica é a diminuição das perdas reais. Quando as perdas são minimizadas, a produção de água pode ser diminuída, e menos água é bombeada, resultando em menor consumo elétrico.

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Motivo 8 – Minimizar custos com insumos químicos

No momento em que as perdas são minimizadas, menos água é produzida para um mesmo consumo do município. Menor produção de água resulta em menor consumo de produtos químicos.

Motivo 9 – Detectar invasões e roubo

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Motivo 10 – Detectar falta de energia

Muito antes das empresas de energia tomarem conhecimento pela população sobre um problema de interrupção no fornecimento, o sistema de telemetria detecta a situação pois os painéis de telemetria normalmente são dotados de sistemas ininterruptos de energia (no-break) que sustenta o funcionamento do painel por alguma horas. Durante a falta de energia a unidade remota continua mohttp://www.alfacomp.ind.br/paineis-de-telemetrianitorando parâmetros hidráulicos e elétricos e transmitindo as leitura para o CCO. A falta de energia é reportada à concessionária de distribuição de energia elétrica para que providências sejam tomadas no sentido do restabelecimento do fornecimento.

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