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Conteúdos e materiais
Este artigo é o segundo da série “Tudo sobre telemetria do abastecimento municipal de água“.
Se você deseja elaborar e implantar um sistema de telemetria para os reservatórios e elevatórias de água e esgoto, ETAs e ETEs, estações reguladoras de pressão e pontos de macromedição, encontrará nessa série de artigos, todo o conhecimento necessário para projetar, construir e implantar sistemas completos.
Juntamente com os artigos, são fornecidos links para download de projetos elétricos completos dos painéis, assim como softwares Ladder para automação das estações e o software customizável SCADA com telas para até 10 reservatórios e 10 elevatórias de água, tudo absolutamente sem custo.
Nesse artigo apresentaremos a topologia básica dos sistemas municipais de água com suas estações de captação de água bruta, estações de tratamento, estações elevatórias, reservatórios, boosters e demais pontos de controle e monitoração.
Para chegar a cada unidade consumidora, a água potável passa basicamente por três etapas: Captação, Tratamento e Distribuição.
Em cada município, em cada situação, são muitas as formas de captar a água bruta da natureza, tratar a água bruta transformando-a em água tratada, e distribuir a água tratada, transportando a mesma até os pontos de consumo.
São diversas as fontes naturais de água bruta. Podemos citar as seguintes como mais usuais:
- Rios
- Lagos
- Barragens
- Aquíferos
- Mares (demanda a dessalinização)
A captação de água bruta envolve, normalmente, o bombeamento da água do ponto de coleta, até as estações de tratamento. Exceção se faz às situações onde é possível transportar por gravidade do ponto de coleta até o tratamento.
Na etapa da captação podemos encontrar os seguintes tipos de estações:
Estação elevatória de água bruta: normalmente construída no leito de rios, lagos e barragens em profundidade que permita captar a água do fundo do manancial.
Poço artesiano: normalmente construídos em áreas de baixa altitude em zona rural próxima aos municípios.
Comporta de barragem: em barragens que estão em altitude maior que as estações de tratamento. A água é conduzida pela gravidade.
Balsa flutuante: normalmente utilizado em mananciais com grande variação do nível d’água.
Um tratamento convencional é composto das seguintes etapas:
1. Coagulação e Floculação
Nestas etapas, as impurezas presentes na água são agrupadas pela ação do coagulante, em partículas maiores ( flocos) que possam ser removidas pelo processo de decantação. Os reagentes utilizados são denominados de coagulantes, que normalmente são o Sulfato de Alumínio e o Cloreto Férrico.
Posteriormente, ela passa por uma forte agitação com o objetivo de facilitar a aglomeração das partículas.
Nesta etapa também poderá ser necessária a utilização de um alcalinizante (Cal Hidratada ou Cal Virgem) que fará a necessária correção de pH para uma atuação mais efetiva do coagulante.
Na coagulação ocorre o fenômeno de agrupamento das impurezas presentes na água e , na floculação, a produção efetiva de flocos.
2. Decantação
Esse estágio consiste no momento em que os flocos, formados na etapa anterior, depositam-se ao fundo do tanque. Os flocos formados são separados da água pela ação da gravidade.
3. Filtração
A água decantada é encaminhada às unidades filtrantes onde é efetuado o processo de filtração. Um filtro é constituído de um meio poroso granular, normalmente areia, de uma ou mais camadas, instalado sobre um sistema de drenagem, capaz de reter e remover as impurezas ainda presentes na água. Pode ser realizada uma última correção do pH da água que visa evitar a corrosão das tubulações.
4. Desinfecção
Para efetuar a desinfecção de águas de abastecimento utiliza-se um agente físico ou químico (desinfetante), cuja finalidade é a destruição de microrganismos patogênicos que possam transmitir doenças através das mesmas.
Normalmente são utilizados em abastecimento público os seguintes agentes desinfetantes, em ordem de freqüência: cloro, ozona, luz ultravioleta e íons de prata.
Pode ser utilizado como agente desinfetante o cloro na sua forma gasosa, que é dosado na água através de equipamentos que permitem um controle sistemático de sua aplicação.
5. Fluoretação
A fluoretação da água de abastecimento público é efetuada através de compostos à base de flúor. A aplicação destes compostos na água de abastecimento público contribui para a redução da incidência de cárie dentária em até 60%, se as crianças ingerirem desde o seu nascimento quantidades adequadas de íon fluoreto.
Na distribuição de água tratada estão envolvidos os tipos mais numerosos de estações do sistema de abastecimento de água municipal. A figura a seguir apresenta uma ideia das diferentes estações.
Chamada popularmente de casa de bombas ou estação de bombeamento, esse tipo de instalação tem como função, bombear a água de um ponto mais baixo para um ponto mais alto, normalmente um reservatório que por sua vez irá abastecer uma região do município por gravidade.
A elevatória de água tratada normalmente é constituída por grupos moto bomba, um ou mais, acionados por painéis CCM (centro de contro de motor), constituídos por circuitos triângulo-estrela, chaves compensadoras, soft starters ou inversores de frequência.
As elevatórias podem conter, ainda, válvulas de retenção, válvulas manuais e válvulas motorizadas.
As principais variáveis de interesse no controle de uma elevatória de água tratada são:
- Pressão de succção;
- Pressão de recalque;
- Corrente elétricas, tensões de rede e fator de potência;
- Feedback dos motores (estado ON/OFF, alarmes de desarme, temperatura e vibração).
Normalmente, os reservatórios são construídos em pontos elevados e abastecem um bairro ou região por gravidade.
As principais variáveis de interesse no controle de reservatórios de água tratada são:
- Nível;
- Vazão;
- Volume armazenado;
- Nível de cloro.
O booster tem por função reforçar e garantir a pressão na rede. Normalmente são construídos em pontos da rede em que a pressão está baixa, principalmente devido a perda de carga da tubulação. Geralmente, a pressão nesses pontos é mais baixa durante o dia e nos momentos de maior consumo, e mais alta à noite, quando o consumo é maior. Para manter a pressão constante, são utilizados inversores de frequência no controle dos motores e é monitorada a pressão de recalque. A velocidade é controlada de forma a manter constante a pressão.
As principais variáveis de interesse no controle de um booster são:
- Pressão de succção;
- Pressão de recalque;
- Corrente elétricas, tensões de rede e fator de potência;
- Feedback dos motores (estado ON/OFF, alarmes de desarme, temperatura e vibração).
Os macro medidores de vazão são instalados em pontos de início de um setor. A setorização é fundamental no controle de perdas. Quando a rede está setorizada é possível comparar o total de água fornecida àquele setor (macro medição), que pode ser um bairro, com o total de água vendida àquela população, contabilizada como a soma de todos os consumos registrados nos hidrômetros (micro medição).
As principais variáveis de interesse na monitoração dos macro medidores são:
- Vazão instantânea (normalmente e litros por segundo);
- Volume acumulado (normalmente em metros cúbicos por hora);
- Pressão.
As VRPs são instaladas em pontos da rede que precisam de limitação para evitar o rompimento de adutoras pelo excesso de pressão. São dispositivos eletromecânicos que podem ter o controle pela realimentação da pressão a jusante, ou seja na saída da válvula. As VRPs podem também ser válvulas motorizadas de controle remoto.
As principais variáveis de interesse no controle e monitoração das VRPs são:
- Pressão a montante;
- Pressão a jusante;
- Abertura da válvula ( 0 a 100% );
- Comando de abertura e fechamento da válvula.
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