Soluções Completas em Automação Industrial

Conteúdos e materiais

Uso da Telemetria no Saneamento: Eficiência, Economia e Sustentabilidade

Uso da Telemetria no Saneamento: Eficiência, Economia e Sustentabilidade

Uso da Telemetria no Saneamento: Eficiência, Economia e Sustentabilidade

Em 2025, cerca de 90% da população brasileira tem acesso à água tratada, mas ainda restam aproximadamente 32 milhões de pessoas sem esse serviço essencial. No que diz respeito ao esgotamento sanitário, apenas cerca de 52% do esgoto gerado no país é tratado, o que deixa mais de 90 milhões de brasileiros sem acesso à coleta ou tratamento adequado. Esse cenário gera impactos ambientais significativos: somente em janeiro de 2025, o volume de esgoto não tratado despejado no meio ambiente foi equivalente a 162 mil piscinas olímpicas, contaminando rios e mananciais de forma contínua e alarmante. A crise hídrica e energética também se agravou, impulsionada por eventos climáticos extremos e incêndios florestais em regiões como o Pantanal e a Amazônia, o que reduziu drasticamente os níveis dos reservatórios e aumentou o risco de colapsos no abastecimento elétrico.

Diante deste cenário, a telemetria se consolida como solução estratégica, oferecendo:

- Monitoramento em tempo real e automação no controle de bombas e válvulas.

- Detecção rápida de vazamentos, falhas operacionais e perdas, promovendo ações corretivas imediatas.

- Otimização no uso de energia e recursos hídricos, reduzindo custos e minimizando desperdício.

- Apoio à sustentabilidade e cumprimento de metas regulatórias do novo Marco Legal do Saneamento (Lei 14.026/2020).

Este artigo aborda como a telemetria aplicada aos sistemas de água e esgoto contribui para a melhoria do desempenho econômico das empresas de saneamento.

Ao longo do texto, respondemos às principais dúvidas sobre a telemetria no setor, destacando os motivos para sua implementação, os benefícios operacionais e financeiros, as principais vantagens e casos de sucesso.

Também discutimos os cuidados necessários e os aspectos técnicos que devem ser considerados na escolha da tecnologia mais adequada para cada realidade.



Dúvidas frequentes de quem busca entender melhor a telemetria no saneamento

- O que é telemetria no saneamento e como ela funciona?

Entenda os princípios e a operação dos sistemas de monitoramento remoto aplicados à gestão de água e esgoto.

- Quais são os principais benefícios da telemetria para os serviços de água e esgoto?

Descubra como a tecnologia melhora a eficiência, reduz custos e otimiza o uso dos recursos.

- Quanto é possível economizar em energia com a adoção da telemetria?

Veja estimativas e dados de redução no consumo energético a partir do controle automatizado de bombas e válvulas.

- A telemetria contribui para a redução de perdas de água?

Saiba como o monitoramento em tempo real permite detectar vazamentos e anomalias com rapidez.

- Quais tecnologias são utilizadas em sistemas de telemetria no saneamento?

Explore os principais dispositivos e protocolos empregados, como sensores, rádios, CLPs, redes LoRa e sistemas SCADA.

- Quais são as vantagens do monitoramento remoto em tempo real?

Veja como a automação agiliza a tomada de decisões e reduz falhas operacionais.

- De que forma a telemetria contribui para a sustentabilidade?

Entenda os impactos positivos na conservação de água, energia e no controle ambiental.

- A implantação da telemetria é exigida por normas ou regulamentações?

Conheça as exigências legais e os marcos regulatórios que incentivam ou obrigam o uso da tecnologia.

- Quais são os principais desafios na implantação da telemetria — e como superá-los?

Identifique barreiras comuns e estratégias para garantir uma implementação eficaz.

- Existem exemplos de sucesso na aplicação da telemetria em sistemas de saneamento?

Confira casos reais de empresas que obtiveram ganhos operacionais e econômicos com a adoção da tecnologia.

O que é telemetria no saneamento e como ela funciona?

A telemetria de água e esgoto consiste na aplicação de sistemas de automação, monitoramento remoto e controle em tempo real de unidades operacionais do sistema de saneamento, como reservatórios, estações elevatórias, Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Essa tecnologia permite a coleta contínua de dados operacionais — como níveis, pressões, vazões e status de funcionamento de bombas e válvulas — por meio de sensores instalados nos pontos críticos da rede.

Essas informações são transmitidas via rádio, GPRS, LoRaWAN ou outros meios de comunicação sem fio para um centro de controle, onde são processadas e analisadas em plataformas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition). Com isso, é possível acompanhar o funcionamento do sistema em tempo real, detectar anomalias rapidamente, executar comandos à distância (como ligar ou desligar bombas) e otimizar a operação conforme a demanda ou situações de emergência.

Ao integrar a automação com a análise de dados, a telemetria proporciona uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos e energéticos, reduz perdas, minimiza custos operacionais e aumenta a confiabilidade dos serviços prestados pelas companhias de saneamento. Além disso, é uma ferramenta essencial para garantir a continuidade do abastecimento, especialmente em contextos de escassez hídrica, e para atender às exigências regulatórias de monitoramento ambiental e controle de perdas.



Quais são os principais benefícios da telemetria para os serviços de água e esgoto?

Redução de perdas de água

– Identificação rápida de vazamentos e anomalias.

– Diminuição das perdas físicas e aparentes.

Otimização do consumo de energia

– Operação de bombas em horários estratégicos.

– Economia significativa de energia elétrica.

Melhoria da eficiência operacional

– Monitoramento em tempo real de sistemas e equipamentos.

– Resposta rápida a falhas e melhor alocação de equipes.

Apoio à gestão regulatória e à transparência

– Geração automatizada de relatórios.

– Cumprimento de normas e metas de desempenho.

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

– Uso racional de água e energia.

– Controle eficiente de estações de tratamento.

Redução de custos operacionais e aumento da rentabilidade

– Menores gastos com energia, manutenção e deslocamentos.

– Melhora do desempenho financeiro das companhias de saneamento.


Quanto é possível economizar em energia com a adoção da telemetria?

A economia de energia com a adoção da telemetria em sistemas de água e esgoto pode variar conforme o porte da operação, as condições da infraestrutura e o nível de automação já existente. No entanto, estudos de caso e experiências práticas indicam que:

Economia típica com telemetria:

- Redução de 15% a 30% no consumo de energia elétrica em sistemas que implementam telemetria integrada ao controle de bombas e válvulas.

- Redução de picos de demanda elétrica com a operação programada de equipamentos nos horários de tarifa reduzida.

- Otimização do tempo de funcionamento de motores e eliminação de acionamentos desnecessários, que costumam gerar desperdício de energia.

Em um estudo apresentado pelo Instituto Trata Brasil (2023), municípios que adotaram sistemas de telemetria integrados à automação de estações elevatórias e reservatórios relataram economias anuais superiores a R$ 1 milhão em energia elétrica, além da redução de perdas de água e custos com manutenção.

Fatores que impactam a economia:

Eficiência das bombas e motores instalados

Condições da rede hidráulica (pressão, perdas)

Qualidade da configuração do sistema de automação

Estratégias de operação baseadas em dados em tempo real

A telemetria contribui para a redução de perdas de água?

A telemetria contribui de forma decisiva para a redução de perdas de água em sistemas de abastecimento ao permitir o monitoramento contínuo, preciso e em tempo real da operação. Veja como isso acontece:

1. Detecção rápida de vazamentos e falhas

Através de sensores instalados em pontos estratégicos da rede, a telemetria capta variações anormais de pressão, vazão e nível de reservatórios, indicando possíveis vazamentos ocultos, rompimentos ou falhas operacionais. Isso possibilita respostas imediatas antes que o desperdício se agrave.

2. Comparação entre volume produzido e consumido

Ao integrar dados de produção (em estações de tratamento) com os volumes distribuídos e medidos nos setores de consumo, a telemetria ajuda a identificar setores com altas perdas reais (físicas) ou perdas aparentes (fraudes, submedição).

3. Controle de pressão em tempo real

O ajuste dinâmico da pressão por meio de válvulas controladas remotamente reduz a ocorrência de rompimentos na rede, prolonga a vida útil das tubulações e evita perdas por extravasamentos ou microvazamentos.

4. Setorização inteligente (macromedição e distritos de medição)

Com a telemetria, é possível implantar Distritos de Medição e Controle (DMCs) com acompanhamento remoto, permitindo a localização precisa de áreas críticas, facilitando a priorização de ações corretivas e preventivas.

5. Redução do tempo de resposta operacional

Alertas automáticos enviados aos operadores permitem ações rápidas diante de qualquer anomalia, diminuindo o tempo de vazamento ativo e reduzindo os volumes perdidos.

Em resumo, a telemetria transforma o controle da rede de distribuição de água de um processo reativo para um modelo proativo e eficiente, essencial para alcançar as metas de redução de perdas exigidas pelo Marco Legal do Saneamento.




Quais tecnologias são utilizadas em sistemas de telemetria no saneamento?

Os sistemas de telemetria no saneamento utilizam um conjunto integrado de tecnologias que permitem monitorar, controlar e automatizar processos em tempo real. Abaixo estão as principais tecnologias envolvidas:

1. Controladores Lógicos Programáveis (CLPs)

Dispositivos eletrônicos responsáveis por executar comandos automáticos com base nos dados coletados pelos sensores. São usados para acionar bombas, abrir ou fechar válvulas e registrar variáveis operacionais.

2. Módulos de comunicação (rádios e redes sem fio)

Permitem a transmissão de dados entre os pontos monitorados e o centro de controle. As principais tecnologias incluem:

- Rádio UHF/VHF (frequência licenciada ou livre)

- LoRa/LoRaWAN (baixo consumo e longo alcance)

- GPRS/3G/4G/5G (redes celulares)

- Fibra óptica ou enlaces Wi-Fi, quando disponíveis

3. Sensores e instrumentos de medição

Utilizados para capturar grandezas físicas e químicas em tempo real, como:

- Pressão, vazão, nível, temperatura, pH, cloro residual, condutividade, entre outros

- Esses sensores são instalados em reservatórios, tubulações, ETAs e ETEs.

4. Sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition)

Plataformas de supervisão e controle que recebem os dados enviados pelos CLPs e módulos de comunicação.

Permitem:

- Visualizar o sistema em tempo real

- Emitir alertas automáticos

- Armazenar históricos

- Gerar relatórios e gráficos

- Executar comandos remotamente

5. Software de gestão e análise de dados

Complementam o SCADA com recursos analíticos, como:

- BI (Business Intelligence)

- Algoritmos de detecção de vazamentos

- Modelagem hidráulica

Esses softwares ajudam na tomada de decisão baseada em dados e na identificação de ineficiências.

 6. Fontes de energia e backup

Como os sistemas operam em locais remotos, utilizam:

- Painéis solares com baterias

- No-breaks (UPS)

- Fontes redundantes de energia

Essas tecnologias atuam de forma integrada para transformar a operação do saneamento em um processo automatizado, preciso, confiável e economicamente mais eficiente.



Quais são as vantagens do monitoramento remoto em tempo real?

O monitoramento remoto em tempo real traz inúmeras vantagens para os sistemas de saneamento, permitindo uma gestão mais eficiente, responsiva e sustentável dos recursos hídricos e operacionais. Abaixo estão as principais vantagens:

1. Detecção imediata de falhas e anomalias

Permite identificar, em tempo real, vazamentos, transbordamentos, quedas de pressão, falhas em bombas ou variações químicas na água e no esgoto, agilizando a tomada de decisões corretivas.

2. Redução do tempo de resposta operacional

Com alertas automáticos enviados aos operadores, equipes podem ser deslocadas somente quando necessário e para o local exato, reduzindo deslocamentos, tempo de parada e custos com manutenção corretiva.

3. Acompanhamento contínuo de indicadores de desempenho

O monitoramento remoto fornece dados atualizados sobre vazão, pressão, níveis de reservatórios, qualidade da água, entre outros, permitindo o acompanhamento em tempo real dos KPIs operacionais definidos por reguladores.

4. Otimização do uso de energia e recursos

A operação automatizada e baseada em dados permite acionar equipamentos apenas quando necessário, evitando desperdício de energia, desgaste mecânico e uso excessivo de insumos.

5. Apoio à gestão estratégica e à tomada de decisão

Com dados consolidados e históricos operacionais disponíveis em dashboards e relatórios, os gestores podem planejar intervenções, priorizar investimentos e revisar rotinas operacionais com base em evidências.

6. Sustentabilidade e controle ambiental

Ao permitir o controle preciso das estações de tratamento, o sistema reduz o risco de lançamento indevido de esgoto ou água não tratada no meio ambiente, contribuindo para a preservação dos recursos naturais.

7. Redução de custos operacionais e aumento da eficiência

Menor necessidade de inspeções presenciais, menos falhas, redução de perdas e operação mais inteligente resultam em economia significativa para as companhias de saneamento.


De que forma a telemetria contribui para a sustentabilidade?

A telemetria no saneamento contribui significativamente para a sustentabilidade ambiental, econômica e social, ao permitir uma gestão mais eficiente, racional e responsável dos recursos hídricos e energéticos. Veja como isso se dá:

1. Redução do desperdício de água

Com o monitoramento contínuo de pressões, vazões e níveis, a telemetria permite identificar e corrigir vazamentos, extravasamentos e perdas operacionais com agilidade, evitando o uso desnecessário de água tratada — um recurso cada vez mais escasso.

2. Uso mais eficiente da energia elétrica

Ao automatizar o funcionamento de bombas e válvulas com base em dados em tempo real, é possível minimizar o consumo energético, operar em horários de menor tarifa e evitar acionamentos desnecessários, reduzindo a pegada de carbono das operações.

3. Melhoria no controle da qualidade da água e do esgoto

Sensores conectados via telemetria permitem acompanhar parâmetros como pH, turbidez, cloro residual e vazão de esgoto, garantindo o tratamento adequado e evitando contaminações ambientais.

4. Prevenção de impactos ambientais

Com o controle em tempo real de estações de tratamento e elevatórias, é possível evitar lançamentos irregulares de esgoto em corpos d’água, proteger mananciais e atender às exigências legais de monitoramento ambiental.

5. Apoio ao planejamento sustentável

A análise dos dados coletados ajuda gestores a priorizar investimentos, otimizar rotinas e antecipar riscos, favorecendo decisões alinhadas com objetivos de desenvolvimento sustentável e com o Marco Legal do Saneamento.

6. Responsabilidade social e acesso universal

Ao reduzir perdas e custos operacionais, a telemetria contribui para a ampliação da cobertura de serviços, garantindo que mais pessoas tenham acesso à água tratada e esgotamento sanitário, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 6).

A implantação da telemetria é exigida por normas ou regulamentações?

Sim, a implantação da telemetria no saneamento é incentivada e, em alguns casos, exigida por normas e regulamentações, especialmente no que diz respeito ao monitoramento do uso da água e ao cumprimento de metas de eficiência operacional estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020) e por órgãos reguladores estaduais e federais, como a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).

Exigências e diretrizes normativas:

1. ANA – Outorga de uso da água

A ANA estabelece regras específicas para usuários de recursos hídricos outorgados. Desde janeiro de 2025, grandes usuários (com captação superior a 1.000 m³/h) são obrigados a instalar sistemas de telemetria que transmitam dados automaticamente, com frequência mínima de 15 minutos, conforme Resolução nº 1.043/2021.

2. Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020)

A lei exige que os prestadores de serviço demonstrem eficiência na operação e no controle de perdas de água. A telemetria é reconhecida como uma das tecnologias recomendadas para atingir essas metas, embora não seja explicitamente obrigatória em todos os casos.

3. Reguladores estaduais e municipais

Diversas agências reguladoras (como ARSESP, ARSAE-MG, AGERS) passaram a exigir ou incentivar a implementação de telemetria como critério de avaliação da eficiência, qualidade e sustentabilidade dos serviços prestados.

Conclusão

Embora a telemetria ainda não seja universalmente obrigatória para todos os operadores de saneamento, ela é necessária para o cumprimento de metas regulatórias, especialmente no controle de perdas, uso racional da água e transparência na operação. Além disso, seu uso é um diferencial competitivo em licitações, concessões e na obtenção de financiamento.

Quais são os principais desafios na implantação da telemetria — e como superá-los?

A implantação da telemetria no saneamento oferece inúmeros benefícios, mas também apresenta desafios técnicos, financeiros e organizacionais que precisam ser superados para garantir o sucesso da operação. Abaixo estão os principais obstáculos e estratégias para enfrentá-los:

Principais desafios

1. Custo inicial de implantação

Desafio: A aquisição de sensores, CLPs, rádios, softwares SCADA e infraestrutura de comunicação pode exigir investimento elevado, especialmente em sistemas com grande dispersão geográfica.

Solução: Buscar modelos de financiamento público-privado (PPP), parcelamentos, ou adoção progressiva por etapas prioritárias (ex: setores com maiores perdas ou consumo energético elevado).

2. Integração com sistemas antigos (legado)

Desafio: Muitas companhias operam com infraestrutura obsoleta ou sem qualquer sistema informatizado.

Solução: Investir em modernização gradual, com soluções compatíveis (retrofit), uso de interfaces padrão (como Modbus ou OPC) e capacitação de equipes para migração.

3. Cobertura e confiabilidade da comunicação

Desafio: Em áreas rurais ou com topografia irregular, o sinal de rádio ou celular pode ser instável.

Solução: Utilizar tecnologias de baixo consumo e longo alcance (como LoRaWAN), combinar diferentes meios (rádio, GPRS, fibra óptica) e fazer estudos prévios de cobertura.

4. Falta de capacitação técnica

Desafio: Equipes operacionais podem não estar familiarizadas com leitura de dados digitais, controle remoto ou análise de gráficos.

Solução: Promover treinamentos contínuos, materiais didáticos simples e programas de transição digital assistida, com suporte de fornecedores.

5. Resistência à mudança cultural

Desafio: Mudanças nos processos operacionais podem gerar resistência de gestores e técnicos acostumados a rotinas manuais.

Solução: Mostrar os benefícios tangíveis (ex: redução de perdas e energia) com exemplos reais, envolver as equipes na implantação e criar uma cultura de dados e inovação.

6. Manutenção e atualização do sistema

Desafio: Sistemas mal gerenciados podem falhar por falta de manutenção ou atualização tecnológica.

Solução: Criar rotinas de manutenção preventiva, firmar contratos de suporte técnico com fornecedores e atualizar software e hardware de forma planejada.

Existem exemplos de sucesso na aplicação da telemetria em sistemas de saneamento?

Sim, há diversos exemplos de sucesso na aplicação da telemetria em sistemas de saneamento no Brasil, especialmente em municípios que enfrentavam altos índices de perdas de água e custos operacionais elevados. Abaixo estão alguns casos representativos:

1. Sanesul (MS) – Companhia de Saneamento de Mato Grosso do Sul

Implantação: Sistema de telemetria para monitoramento de estações elevatórias, reservatórios e redes de distribuição em mais de 60 municípios.

Resultados:

- Redução significativa no tempo de resposta a falhas.

- Queda no consumo de energia elétrica.

- Melhoria na regularidade do abastecimento e na qualidade do serviço.

Destaque: Sistema integrado com supervisório SCADA, transmitindo dados via GPRS e rádio.

2. SIMAE (SC) – Joaçaba, Herval d’Oeste e Luzerna

Saiba tudo aqui

Implantação: Sistema completo de telemetria com sensores de nível, pressão e vazão interligados via rádio.

Resultados:

- Redução de mais de 20% nas perdas de água em menos de dois anos.

- Monitoramento 24h de todos os setores críticos.

- Melhoria nos indicadores de continuidade e segurança do abastecimento.

- Destaque: Modelo de gestão pública com forte investimento em inovação e capacitação interna.

SAAE São Carlos (SP)

Implantação: Telemetria em ETAs, ETEs e estações elevatórias de água e esgoto.

Resultados:

Otimização do uso de energia.

Redução de falhas operacionais.

Aumento da confiabilidade e transparência dos dados operacionais.

4. Alfacomp – Projetos implantados em cidades de médio porte

Cenários: Municípios com infraestrutura limitada e altos índices de perdas.

Resultados:

- Implantação de sistemas modulares de baixo custo, via rádio ou LoRaWAN.

- Rápido retorno do investimento pela economia em energia e redução de perdas.

- Operação remota de bombas, reservatórios e estações de recalque.

- Destaque: Modelo de negócio escalável e adaptável à realidade de prefeituras e autarquias.

Ponto em comum nos casos de sucesso:

- Diagnóstico técnico prévio com identificação de áreas críticas

- Implantação por etapas com prioridades claras

- Treinamento das equipes operacionais

- Integração com software supervisório e gestão por indicadores

Cuidados necessários e os aspectos técnicos que devem ser considerados na escolha da tecnologia mais adequada para cada realidade.

A escolha da tecnologia de telemetria no saneamento deve considerar diversos cuidados e aspectos técnicos para garantir que o sistema seja eficiente, escalável, confiável e compatível com a realidade operacional e financeira da companhia ou município. Abaixo estão os principais pontos a serem avaliados:

1. Diagnóstico técnico da rede e dos processos

Antes da escolha da tecnologia, é essencial realizar um levantamento detalhado da estrutura existente:

Tipos de unidades a serem monitoradas (ETAs, ETEs, reservatórios, elevatórias)

Condições das redes de água e esgoto

Pontos críticos com histórico de falhas, perdas ou ineficiências

Capacidade elétrica e disponibilidade de fontes de energia nos locais remotos

2. Condições de comunicação e cobertura

A topografia, a densidade urbana e o acesso a redes móveis ou de rádio influenciam diretamente a escolha:

Áreas urbanas densas: GPRS/3G/4G pode ser viável

Áreas rurais ou isoladas: rádio UHF ou LoRaWAN é mais confiável

Avaliar a distância entre os pontos monitorados e a central

Testar previamente a cobertura e a estabilidade do sinal

3. Compatibilidade com sistemas existentes

A nova solução deve ser capaz de integrar-se a equipamentos e softwares já utilizados, como:

CLPs existentes (protocolos Modbus, OPC, MQTT etc.)

Softwares SCADA ou plataformas de supervisão

Estrutura de TI e redes corporativas

A integração reduz custos e evita a substituição total da infraestrutura.

4. Custo-benefício e escalabilidade

Avaliar o investimento inicial em relação ao potencial de retorno (economia de energia, redução de perdas, eficiência):

Optar por soluções modulares e escaláveis, que possam ser expandidas por fases

Considerar custos de manutenção, licenças de software, suporte técnico e atualizações futuras

5. Alimentação elétrica e autonomia dos equipamentos

Muitos pontos da rede estão em locais sem acesso à energia estável:

Verificar a possibilidade de uso de painéis solares com baterias

Avaliar o consumo energético dos sensores e rádios

Implementar sistemas com redundância e proteção contra falhas

6. Segurança da informação e confiabilidade

Garantir criptografia e autenticação de dados transmitidos remotamente

Implantar soluções com backup automático de dados e redundância de comunicação

Adotar políticas de segurança cibernética compatíveis com a criticidade dos serviços públicos

7. Suporte técnico e capacitação

Verificar se o fornecedor oferece treinamento, documentação e suporte local

Avaliar a autonomia das equipes locais para operar e manter o sistema

Evitar soluções muito sofisticadas se não houver pessoal técnico preparado para utilizá-las

Exemplo de tecnologia – Telemetria Plug & Play

Trata-se de uma tecnologia para a supervisão, controle e aquisição de dados de instalações remotas utilizando REMOTAS DE TELEMETRIA, para a leitura de valores analógico e digitais oriundos de sensores de campo e para controlar atuadores, centralizando as decisões de controle e intertravamento em uma central de controle.

A tecnologia leva o nome de Plug & Play devido a simplicidade de instalação e configuração das remotas de telemetria, que não precisam ser programadas. As remotas de telemetria são configuradas em modos pré-estabelecidos de funcionamento, simplificado a aplicação em campo.

A figura abaixo apresenta um exemplo de aplicação da Telemetria Plug & Play no saneamento.

Neste exemplo de aplicação são utilizados Rádios Modem RM-SX900 como elemento de comunicação e um computador rodando Haiwell Cloud SCADA na central de controle.

Uso da Telemetria no Saneamento: Eficiência, Economia e Sustentabilidade

Fale por WhatsApp